2011 foi um ano muito próspero para o cinema brasileiro, com sucessivos êxitos de bilheteria, que se iniciaram com o escracho de Ingrid Guimarães em De Pernas para o Ar e culminaram, há poucas semanas, com a sutileza de O Palhaço, escrito e dirigido por Selton Mello.
Muitos ainda reclamam que poucos títulos, e nem sempre de qualidade, conseguem visibilidade ao serem exibidos em um grande circuito, enquanto uma imensa maioria ainda permance à margem do mercado. Ainda sem perspectivas de haver uma mudança efetiva nesse cenário, a bem-sucedida fase da produção nacional, ainda que relativa como os críticos mais ferrenhos apontam, não pode ser negada e tem fortes chances de continuar no ano que vem.
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Já no primeiro semestre, devem chegar aos cinemas grandes produções como Reis e Ratos, de Mauro Lima (de Meu Nome Não É Johnny), e Xingu, de Cao Hamburger (O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias). Saiba mais sobre alguns desses lançamentos.
Heleno
Direção de José Henrique Fonseca. O cineasta à frente de O Homem do Ano dirige Rodrigo Santoro no longa-metragem Heleno, sobre o polêmico craque do Botafogo e do Vasco que tinha o apelido de Gilda, por seu temperamento e por este ser o nome de uma personagem da atriz norte-americana Rita Hayworth no clássico de mesmo nome. O filme acompanha a vida do atacante nos anos 1940 e 1950, quando ele sonhava defender o Brasil em uma Copa do Mundo. No entanto, a Segunda Guerra Mundial fez com que os campeonatos de 1942 e 1946 fossem cancelados. Na Copa de 1950, realizada no Brasil, Heleno estava em declínio e não foi convocado. Mulherengo e boêmio, Heleno de Freitas ficou conhecido por ser irascível e pela falta de espírito de equipe. Em 1948, foi vendido para o time argentino Boca Juniors, na maior transação do futebol brasileiro registrada até então. Na década seguinte, foi internado como louco em um sanatório, em decorrência de uma sífilis que não havia sido curada. Heleno tem estreia prevista para o início de 2012.
Febre do Rato
Direção de Claudio Assis. Do polêmico diretor pernambucano dos premiados longas-metragens Amarelo Manga e Baixio das Bestas, Febre do Rato foi o grande vencedor do último Festival de Paulínia. O título se refere a uma expressão típica da região do Recife, que serve para designar o que sente quem está fora de controle, sem limites. Na trama, Febre do Rato é o nome dado ao pequeno jornal em formato tabloide de Zizo (Irandhir Santos, o deputado idealista de Tropa de Elite 2). O personagem, um poeta anarquista, é uma figura muito popular no bairro onde vive e crê que todos têm o direito de ser e fazer aquilo que bem entendem sem a interferência de qualquer tipo de autoridade. No caminho dele, entretanto, está a jovem Eneida (Nanda Costa, da novela Cordel Encantado), que vai desafiá-lo, representando uma consciência mais contemporânea. Ela vai evidenciar, talvez, o anacronismo do discurso de Zizo. Febre do Rato deve estrear em março de 2012.
Reis e Ratos
Direção de Mauro Lima. Depois do sucesso de Meu Nome Não É Johnny, o diretor e roterista Mauro Lima aposta num drama de espionagem ambientado durante a Guerra Fria. Na Rio de Janeiro de 1964, pouco antes do golpe militar do ano seguinte, há no ar um clima de conspiração que afeta uma galeria de personagens relacionados, de uma forma ou de outra, ao turbulento cenário político da época. No centro da trama está o agente secreto norte-americano Troy (Selton Mello), ligado à CIA, mas suspeito de estar traindo sua terra natal, depois de beber chope, experimentar pastel de camarão e se casar com uma bela brasileira. Rodado em preto e branco e cor, com clima que, segundo o diretor, mistura o cinema noir hollywoodiano a referências ao clássico nacional O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sgarnzela, o filme promete ser uma comédia de suspense ou um thriller cômico. No elenco, Otávio Muller, Rodrigo Santoro, Cauã Raymond e Paula Burlamaqui. Reis e Ratos entra em cartaz no dia 6 de janeiro.
Xingu
Direção de Cao Hamburguer. O novo filme do diretor do premiado O Dia em Que Meus Pais Sairam de Férias conta a história dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-Bôas (interpretados, respectivamente, por Felipe Camargo, João Miguel e Caio Blat), que, na década de 1940, uniram-se às expedições organizadas pelo governo federal com o objetivo de desbravar o Brasil profundo, das regiões Centro-Oeste e Norte. O contato com as tribos amazônicas acabou por transformar a vida dos indianistas. Tendo como cenário uma natureza ao mesmo tempo grandiosa e intimidante, o filme mostra como os Villas-Bôas, cada um a sua maneira, se veem tocados pela aventura e acabam por se tornar ferrenhos defensores dos povos da floresta, ainda que tenham de recorrer, por vezes, a métodos pouco ortodoxos para fazê-lo. Xingu, produzido por Fernando Meirelles, se concentra nesse aspecto da vida dos três irmãos, com especial atenção à criação do Parque Nacional do Xingu, em abril de 1961. A estreia do longa-metragem está prevista para o dia 6 de abril.
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