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Cia Auto-Retrato: grupo é destaque da nova dramaturgia brasileira | Nelson Kao/Divulgação
Cia Auto-Retrato: grupo é destaque da nova dramaturgia brasileira| Foto: Nelson Kao/Divulgação

No ano em que se comemoram 150 anos de nascimento do escritor russo Anton Chekhov, um dos grupos paulistas mais elogiados entre as companhias teatrais da nova geração, faz sua estreia na Mostra Contemporânea do Festival de Curitiba com uma montagem que discute a criação artística e sua relação com aspectos da vida cotidiana, a partir de textos do dramaturgo.

Trata-se de O Ruído Branco da Palavra Noite, da Cia. Auto-Retrato, que conta com duas sessões, uma hoje (25) e outra na sexta-feira (26), no Teatro do Sesc da Esquina. Costurando trechos das peças "A Gaivota", "Tio Vânia", "As Três Irmãs" e "Jardim das Cerejeiras", de Chekhov, a correspondências contidas no livro O Cotidiano de uma Lenda – Cartas do Teatro de Arte de Moscou – reunião de cartas trocadas entre artistas que participaram do período de formação do Teatro de Arte de Moscou, como o próprio Chekhov e Konstantin Stanislávski, entre outros – a peça suscita discussões sobre a cultura teatral, os bastidores dos processos criativos e a ilusão cênica.

"A peça pede uma conversa, pois parte do processo do diálogo para a criação de um pensamento", explica Caetano Gotardo, diretor do espetáculo ao lado de Mariana Tranjan, ambos presentes no palco.

Estreado em caráter experimental no fim do ano passado, em São Paulo, O Ruído Branco... contou apenas com uma curta temporada no Teatro da Universidade de São Paulo (Tusp), antes de chegar ao Festival de Curitiba. Mesmo com o pouco tempo de palco, o espetáculo arrancou elogios da crítica especializada e do público, o que deve se repetir por aqui. "O bom de apresentarmos este trabalho no festival, é a oportunidade de estabelecer diálogo com públicos distintos. Não apenas com pessoas relacionadas ao fazer teatral, mas com o indivíduo comum, pois a peça ultrapassa o universo artístico", avalia Gotardo.

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