Muito humor e descontração são apenas alguns itens da fórmula que fazem de "O Analista e a Sexóloga de Bagé" um grande sucesso. A peça, que está em cartaz há mais de 30 anos e já teve temporadas no A Praça é Nossa e no Zorra Total, tem uma premissa simples: Um analista gaúcho bate um papo informal com a plateia quando é surpreendido por uma sexóloga que questiona seus argumentos. O analista, então, passa a tentar conquistar a moça.
A premissa simples é apenas a porta de entrada para o espetáculo. Claudio Cunha, que interpreta o analista, está no papel desde a primeira apresentação e se mostra afiadíssimo nas piadas. Boa parte da apresentação é basicamente uma comédia stand-up e as piadas de Cunha são variadas, indo do humor negro à psicanálise de Freud. Sua habilidade de transformar um assunto quase tabu que é o sexo em uma comédia pura, deixa a plateia bem à vontade. Há também espaço para interação e constantemente alguém do público cai na mira do analista. Outra personagem recorrente é sua recepcionista e noiva, que infelizmente cai no estereótipo de loira burra.
Em 1998 a peça entrou para o Guinness, o Livro dos Records, como a peça há mais tempo em cartaz e com o ator há mais tempo em um personagem fixo. Todo esse tempo em exibição tornou a historia do analista e da sexóloga em uma pedra lapidada e bem arejada. "Cada apresentação é um público diferente", nas palavras de Cunha. Como cada apresentação tem boa parcela de interação com o espectador, é de se esperar que ao entrar no teatro você já fique consciente que o que virá a seguir é único. Assim, e a peça de amanhã não será a mesma. Ter a ciência disso só torna a história do analista mais interessante. Um caso curioso, de acordo com o próprio Claudio Cunha, aconteceu em uma apresentação em Manaus, onde uma ratazana invadiu o palco e o publico começou a prestar mais atenção no roedor do que no analista.
Para contornar a situação, Cunha passou a dialogar com a ratazana. Com doses nada homeopáticas de risadas, "O analista e a sexóloga de Bagé" é uma excelente comédia. A peça continua em cartaz em Curitiba nos dias 01 às 22h, 02 às 12h, e 03 às 22h. A entrada custa 40 reais com opções de meia entrada.
****Os textos publicados neste espaço são fruto do projeto Rede Teia no Palco, uma parceria entre o curso de Jornalismo da Universidade Positivo e a Gazeta do Povo, sem ônus para ambas as partes****
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