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Samba da Tradição Homenagem a Didi do Cavaco e Nelson Alípio
Sociedade Treze de Maio (R. Des. Clotário Portugal, 274, Centro), (41) 9905-836. Amanhã, das 15 às 19h30. Ingressos a R$ 7. Sócios do clube, crianças e adultos com mais de 65 anos têm entrada franca.
Quem ainda se engana e pensa que Curitiba não tem samba é porque não conhece o Samba da Tradição, roda mensal que reúne a velha e a nova guarda do samba e do carnaval da cidade na Sociedade Treze de Maio.
Mais do que apenas uma animada e familiar festa de boa música, o evento é, sobretudo, uma forma de resgate da cultura do samba local. É também uma oportunidade para a nova geração prestar homenagem em vida aos personagens que escreveram a história deste gênero por aqui. No evento deste domingo, serão homenageados os músicos Didi do Cavaco e o pioneiro Nelson Alípio.
"Nossa ideia é dar continuidade a esta história, mostrar que o samba de Curitiba é inventivo e dinâmico e que não está ligado a um passado estagnado. Esta continuidade é que faz a força de sua tradição", explica a antropóloga Caroline Blum.
Ela é uma das idealizadoras do projeto, ao lado de Brenda Maria dos Santos e Carla Torres, que também desenvolvem pesquisas e atuam na defesa da cultura afro-brasileira de Curitiba.
"É uma forma de se conhecer um pouco melhor a realidade de Curitiba. O samba tem uma relação muito pessoal na vida de cada um, uma história de militância, resistência. De vida, em suma", aponta Carla.
Desde que o Samba da Tradição foi criado, no final de 2011, já foram homenageados 21 sambistas e carnavalescos, entre eles nomes fundamentais (e já falecidos), como Maé da Cuíca e Fernando Lamarão.
Muitos desses homenageados, explica Brenda, estavam esquecidos e tiveram a chance de voltar ao convívio boêmio das rodas de samba e a vontade de voltar a trabalhar nos palcos. "Foi o caso da Juçara Santos, no mês passado, que voltou a cantar depois de mais de dez anos. E também do Susto, que é um dos nomes mais importantes do samba local, e que voltou a se apresentar e a frequentar o ambiente das escolas", comemora.
"Sindicatis"
Olhando para a lista de homenagens (as já feitas e as que estão por vir) Brenda acha graça de quem desmerece o movimento local."Não existe samba aqui? Nós temos uma lista interminável só de nomes da velha guarda, homens e mulheres tomados como referências pela própria comunidade. Falta só chamar o povo para conhecer", aponta.
A música do evento, além da participação dos homenageados, fica por conta do Samba do Sindicatis, talvez a roda mais prestigiada atualmente para quem é fã do gênero na cidade.
Antes de cada apresentação, o escritor, advogado, professor de literatura e sambista João Carlos de Freitas faz uma breve intervenção sobre a história do samba na cidade e a biografia dos homenageados.