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Por e-mail, Michel Teló falou à Gazeta do Povo sobre o projeto Bem Sertanejo, recém lançado em DVD. Confira a entrevista na íntegra: Como idealizou este projeto?

Esse é um projeto que tenho em mente há alguns anos, desde 2010. Eu queria fazer há muito tempo, mas com a loucura que foi com o lançamento do "Ai Se Eu Te Pego", acabamos adiando. Eu nasci e fui criado pelos meus pais ouvindo modão e música de raiz, e queria contar a história da música sertaneja. Foi a realização de um sonho pessoal e profissional. O que você quis suprir com esta série? Acredita que a música sertaneja é mal documentada apesar de sua hegemonia na música popular brasileira hoje?

A ideia era resgatar um pouco da história da nossa música, de uma maneira bem simples, mas com muita qualidade. Tocando uma viola, uma sanfona, sem muita edição, de uma maneira verdadeira. Não acho que seja mal documentada, mas acho que faltava um projeto como esse no mercado. Além disso, acho que o Bem Sertanejo foi uma oportunidade de mostrar para as pessoas que tenho conhecimento da música sertaneja, na minha essência, na minha raiz. Tenho 21 anos de carreira, apesar de estar só 5 em carreira solo. A execução da série foi feita de forma independente e só posteriormente oferecida ao Fantástico? O que tinha em mente quando começou a rodá-la?

Exatamente. A ideia do projeto é minha e desenvolvemos o roteiro com uma equipe com quem já trabalho há tempos. O [jornalista do blog Universo Sertanejo, André] Piunti foi muito importante nisso pelo conhecimento que tem da música sertaneja. A primeira ideia era só ser um DVD mesmo. No decorrer das reuniões, do desenvolvimento das ideias e das conversas, as coisas foram crescendo e achamos que seria legal oferecer e levar para um programa de TV. Quando levamos a ideia ao Fantástico, eles abraçaram a ideia na hora. Como foi levar o material para a televisão?

A Globo deu total liberdade para fazermos do jeito que queríamos. Até a concepção de filmagem e captação de áudio foi criação nossa. Levávamos a ideia pronta e eles apoiavam sempre, dando as dicas deles (como tv, claro), mas confiaram no conhecimento que tínhamos do assunto. Foi uma honra poder fazer esse quadro. E foi muito especial que um programa do tamanho do Fantástico, no horário nobre da TV Brasileira, abriu espaço para esse trabalho. Você quis fazer algum tipo de panorama da sertaneja hoje? Como escolheu os artistas retratados pela série?

Não só de hoje, quis mostrar as mudanças que a música sertaneja sofreu ao longo dos anos. Era uma música completamente rural, assim como era o Brasil há anos. E ela soube se modernizar e virar urbana, acompanhando as mudanças do país. Primeiro fizemos um roteiro dos temas que a gente queria abordar e a partir daí definimos com quais artistas deveríamos falar sobre qual assunto. Quando você pensa na história da música sertaneja, é impossível não pensar nas pessoas que participaram. Os nomes foram surgindo naturalmente. Como foi a experiência de atuar também como uma espécie de diretor de cena e produtor?

Atuar como produtor não é muito novidade para mim. Eu produzo desde os meus 14 anos. Com essa idade eu montei um estúdio onde eu comecei a gravar o disco de um grupo meu que chamava Santo Chão. A partir do segundo cd do Tradição, todos eu produzi e sabia como era cada batida da bateria, cada nota de cada instrumento. Eu toco bateria, violão, piano, então eu me envolvo porque gosto muito dessa parte, mas também porque eu sei que entendo.

Em carreira solo é um pouco novidade fazer sozinho, porque eu sempre fiz tudo junto com o Dudu Borges. Mas eu sempre quis me envolver com toda a parte de produção dos meus discos e das minhas músicas. É importante estar junto do seu produtor, seu empresário, com as pessoas que você confia para cuidar dos seus discos. Quando eu lanço algo novo, tem que ter a minha cara, o meu jeito, com a levada de cada instrumento que eu acho legal. Este ano já produzi alguns singles que lancei como o "Te Dar um Beijo" e "Implorando pra Trair". E, principalmente, com o Bem Sertanejo eu me envolvi totalmente e exclusivamente na produção. E me deu muito prazer cuidar de tudo.

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