Em "Páginas da Vida", o racismo morre queimado

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Uma tragédia marcará o desfecho de Angélica (Cláudia Mauro), em "Páginas da vida". A preconceituosa mãe de Gabi (Carolina Oliveira) vai morrer num ônibus queimado por bandidos. Qualquer semelhança com o que aconteceu há dois meses com o coletivo da Viação Itapemirim, que passava pela Avenida Brasil vindo do Espírito Santo, não é mera coincidência.

Inspirada nesta tragédia que deixou oito mortos, a cena mostrará Angélica e Gabi voltando para sua cidade, em Minas. Na estrada Rio-Juiz de Fora, o ônibus será interceptado por bandidos e queimado. Gabi e outros passageiros conseguem sair pelas janelas, mas Angélica não tem a mesma sorte.

- Achei um final forte, mas é bom para chamar a atenção para a violência que só cresce na cidade. A morte de Angélica é uma solução maravilhosa, boa para qualquer ator, porque mostra que a personagem não passou despercebida - analisa Cláudia.

Apesar de ter gostado do desfecho, a atriz diz que foi pega de surpresa pela decisão do autor, Manoel Carlos:

- Sabia que Maneco estava preparando algo bacana para a personagem, mas não achava que fosse isso. Pensei que ela teria uma crise de consciência pela forma preconceituosa com que trata Selma (Elisa Lucinda) ou que teria uma briga com a filha e acabaria se redimindo.

Com a morte de Angélica, Gabi vai morar com o pai, Lucas (Paulo César Grande), e Selma. Seria uma espécie de redenção da menina que, sem influência, verá que o preconceito com a madrasta não está com nada.

- Às vezes acontecem coisas na vida da gente que nos faz pensar de outra maneira. E tenho certeza de que Gabi será melhor criada por Selma do que estava sendo por Angélica - diz Cláudia.