Dia-a-dia
Confira as atrações da 27º Oficina de Música de Curitiba de hoje até a próxima quarta-feira.
Domingo
Capela Santa Maria: Recital de Piano. Ravel, Chopin e Liszt. Dia 11 às 18 horas. Teatro Sesc da Esquina: Recital de alunos (instrumentos de sopro). Dia 11 às 19 horas. Canal da Música: Concerto de Música Antiga. Vivaldi, Schenck, Veracini, Telemann e Rameau. Dia 11 às 20h30.
Segunda-feira
Teatro Sesc da Esquina: Música de Câmara. Poulenc, Villa-Lobos e Haydn. Dia 12 às 19 horas. Capela Santa Maria: Recital de violino e piano. Bloch, Chausson, Penderecki e Franck. Dia 12 às 20h30.
Terça-feira
Teatro do Paiol: Coro da Camerata Antiqua de Curitiba Concerto Cênico Cores do Brasil. Dia 13 às 19h. Teatro Sesc da Esquina: Recital de contrabaixo e piano. Misek, Bottesini e Koussevitzky. Dia 13 às 19h. Canal da Música: Concerto de Música Antiga. Haydn, Hellendaal, Telemann e Bach. Dia 13 às 20h30.
Quarta-feira
Teatro Sesc da Esquina: Recital de Flauta, Marimba e classe de percussão. Toru Takemitsu: "Toward the See". Dia 14 às 19h. Entrada franca. Igreja Bom Jesus: Brass Ensemble da Oficina de Música de Curitiba. Direção musical de Enrique Crespo. Dia 14 às 20h30. Entrada franca.
O português de Jacques Ogg é perfeito. Mas, para expressar seu sentimento ante à estreia como professor de cravo da Oficina de Música de Curitiba, teve de recorrer à sua língua materna e a gestos imprecisos com ambas as mãos. O músico holandês integra o grupo de 113 professores e é um dos 19 estrangeiros que estão em Curitiba para o evento que há 27 anos divide os dias de janeiro em compassos de tempos diversos.
Ogg já perdeu as contas das vezes em que esteve no Brasil. Dos concertos em Curitiba, ao lado do amigo Ricardo Kanki flautista e um dos diretores artísticos da oficina lembra-se bem.
"Toquei em 1982, 1983 e 1984. No Teatro Guaíra e no Paiol. Gostei tanto e a reposta foi tão positiva que alguns alunos daquela época e amigos que fiz aqui foram estudar comigo na Holanda", disse o músico de 60 anos.
A experiência parece pouco valer quando questionado sobre os primeiros acordes na oficina. Dos 15 estudantes inscritos, entrou em contato com dois previamente, antes do início das aulas. "A primeira impressão foi muito boa. Fiquei feliz porque são muitos alunos", disse.
Sobre o evento, que a cada ano expande seu caráter internacional nesta edição há professores de dez países diferentes , intensidade e expectativa. "Esses dias serão fortes, maravilhosos e importantes. Deve e deveria ser como beber e comer. Tem que ser parte da vida", disse o cravista.
E o que leva um jovem a se interessar por um instrumento tão antigo, cujos primeiros relatos datam de cerca do ano de 1.300? Para Ogg, uma palavra, que remete à sua própria história. "Chance, como no meu caso. Conheci o instrumento ouvindo na rádio e só aos quinze anos fui tocá-lo pela primeira vez, na igreja da minha cidade", disse o músico, pianista desde os seis anos.
A sonoridade, recheada com "alguma coisa de beleza pura" o fisgou em definitivo. Hoje, Ogg lê partituras "como se lesse uma história ou uma poesia".
Vizinhos
Do país fronteiriço de Ogg vêm Daniela Jüng e Phillip Nickel, outros dos docentes internacionais. Os alemães saíram de um frio de -25 graus para encarar o verão brasileiro. Para superar as diferenças sejam elas o clima ou a língua , a música, pura e simplesmente.
"Definitivamente a música é um canal de união. Podemos interagir somente com a música, graças às diferentes formas de tocar e ao repertório que vamos compartilhar", disse Daniela, de 31 anos, violinista da Orquestra de Câmara de Berlim.
Esta é a segunda vez que a alemã desembarca no Brasil. Em 1998, teve seu primeiro contato com o país e desde então não o tirou da cabeça. "Da última vez que estive aqui, gostei muito, principalmente da personalidade das pessoas e da relação que elas têm com a cultura. Pensei que poderia ser muito interessante se eu voltasse e aconteceu. Fiquei muito feliz com o convite que recebi", explicou a fã do maestro brasileiro Júlio Medaglia.
Já Phillip Nickel, de 34 anos, não soube citar outros músicos brasileiros que o influenciaram, além de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), mas está igualmente ansioso para, mais que notas, compartilhar experiências em sua primeira estada no Brasil. "Estou curioso para conhecer mais a cultura e o povo daqui. Tenho alguns amigos músicos que são brasileiros e eles me disseram que Curitiba é especial por causa da cultura e da semelhança com cidades européias", disse Nickel, violista desde os sete anos e integrante da Orquestra de Frankfurt há cinco.
O contato através da música será o ponto em comum entre os 1.300 alunos inscritos, seus mestres e o esperado público de 20 mil pessoas nos diversos eventos da Oficina de Música de Curitiba.
"Se você vai a um país como turista e não olha para todos os lugares, você perde a oportunidade de entrar em contato com a cultura e com as pessoas. Eu sou assim, e com a música, isso fica mais fácil ainda", disse o alemão.
Daniela e Nickel começaram suas aulas na última quinta-feira. E ambos têm até o dia 16 de janeiro para se acostumar ao calor brasileiro. Literalmente.
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