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Cena de "Outrage", do cineasta japonês Takeshi Kitano, que concorre em Cannes | Divulgação
Cena de "Outrage", do cineasta japonês Takeshi Kitano, que concorre em Cannes| Foto: Divulgação

Dez anos depois de "Brother", o cineasta japonês Takeshi Kitano volta ao universo da máfia yakuza em "Outrage", apresentado na noite deste domingo (16) em competição no Festival de Cannes.

Como nas outras incursões de Kitano pelo gênero, o filme é um banquete de sangue, com direito a dedos decepados na sopa, miolos espatifados, línguas esmigalhadas e muitos, mas muitos socos e pontapés.

"Outrage" (algo como fúria, em inglês) é uma história típica de traição entre famílias mafiosas. Aqui, são os clãs ligados ao chefão yakuza Mr. Chairman que começam a se estranhar depois que um integrante de uma das famílias é extorquido por um membro rival em uma boate de strip tease.

Ciente da rusga entre os subordinados, Mr. Chairman começa então a colocar os líderes de um clã contra outro até que, ao final, todos estejam ainda mais enfraquecidos e submetidos a ele.

Os confrontos entre eles e as aparições do prório Kitano como um dos líderes, Otomo, são quase sempre hilários e, se não terminam com uma pilha de corpos, deixam os derrotados invariavelmente marcados, enfaixados ou com alguma parte do corpo faltando.

Na exibição da noite deste domingo, não foram poucos os que deixaram a sala, e os que ficaram se contorceram com as cenas cruas de violência.

Em um texto de apresentação divulgado com o o filme, o diretor explica o que espera com esse tipo de cena.

"Eu filmo violência intencionalmente para fazer o público realmente sentir dor", diz Kitano. "É como pedir a um chef japonês experiente para preparar um prato como o katsu-don (prato típico japonês à base de costeleta de porco e arroz). É claro que ele vai pensar que pode fazer katsu-don dormindo. Bem, filmar violência é o meu katsu-don."

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