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Com uma linha de internet discada e uma máquina fotográfica que grava apenas 40 segundos por vez, Guilherme Zaiden, de 18 anos, se tornou o brasileiro mais visto do YouTube. "Confissões de um emo", vídeo em que parodia fãs do emocore, já foi visto mais de um milhão de vezes.

Feito em uma madrugada de julho, em 2006, "Confissões de um emo" foi totalmente improvisado. No vídeo, de quase três minutos, Guilherme Zaiden aparece maquiado fazendo um monólogo com a câmera, dizendo não ser emo, mas cheio de trejeitos reveladores. "A idéia surgiu do nada, não planejei nem um pouco. Acho que tinha um emo escondido dentro de mim", brinca o ator e diretor.

O equipamento usado por Zaiden é o mais simples possível. O computador tem capacidade apenas para rodar o programa no qual Guilherme edita os vídeos, gravados em uma câmera fotográfica. A cada 40 segundos, Zaiden tem que descarregar o que foi gravado para depois filmar mais. "Os sete primeiros vídeos foram feitos assim", conta.

Para piorar, os vídeos são inseridos no site a partir de uma conexão discada. "Deixo carregando e vou dormir." No bairro onde mora nenhuma operadora oferece conexão com banda larga.

Mesmo assim, Zaiden é um recordista de audiência no YouTube. O primeiro vídeo que colocou no site de compartilhamento de vídeos, "Pastor Cerafim", já soma 791 mil acessos. "Fiz baseado em um folheto que recebi de uma igreja, cheio de coisas engraçadas escritas." Os outros vídeos também somam entre 200 e 400 mil acessos. Ele fez até uma seqüência para "Confissões de um emo", que já tem 392 mil acessos.

Autógrafo e foto com fãs

Como resultado, Zaiden tem um perfil no Orkut lotado de amigos (877), e, caso raro para as celebridades exclusivas da internet, é reconhecido nas ruas de Brasília, onde mora. Até já deu autógrafos e tirou fotos com fãs. "É comum as pessoas ficarem olhando para mim na balada. Algumas vêm falar comigo e dizem que me viram no YouTube. Mas a maioria é gente jovem, que costuma acessar a internet."

A celebridade conquistada com os vídeos na internet não mudou sua rotina. "Não me preocupo em colocar novos vídeos com freqüência. Não fico preocupado em ser engraçado. Faço quando estou a fim." O último vídeo ficou online no dia 9 de março, mas antes disso havia três meses que ele não criava nada novo.

"Também não espero nada desses vídeos", diz Guilherme, que acabou o segundo grau ano passado e ainda não sabe para que curso vai prestar vestibular. "Não sei o que vou fazer. Mas se eu for tentar ser ator aqui em Brasília vou morrer de fome."

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