Desde que foi lançado, em 2001, O Invasor, de Beto Brant, tem emplacado as listas de melhores filmes da retomada do cinema nacional. Seu tom urgente parte de uma intriga de classe média para conectar o espectador com a periferia da cidade de São Paulo. Narra a história do assassino de aluguel que se volta contra os seus mandatários e toma o seu lugar. Um panorama horizontal das diferenças sociais de São Paulo, sem pretensões de nos conscientizar ou revelar alguma realidade específica.
Quatro anos depois, sem perder o pé no policial, a arte é o principal tema de Crime Delicado, novo trabalho do diretor. Hoje, às 17 horas, no Sesc da Esquina, Brant fala sobre o filme e a experiência atrás das câmeras, que inclui ainda os longas Ação entre Amigos (1998) e Os Matadores (1997) e os curtas Jó (1993), Dove Meneghetti? (1989), e Aurora (1987).
Crime Delicado é uma adaptação do romance homônimo de Sérgio SantAnna, vencedor do prêmio Jabuti de 1997. É a primeira vez em que o diretor filma uma história que não parte diretamente da obra de seu tradicional parceiro Marçal Aquino que, dessa vez, continua colabora apenas como co-roteirista. Na trama, o crítico teatral Antônio Martins (Marco Ricca) tem seu autocontrole abalado quando conhece a jovem e bela Inês (Lilian Taublib). Ela, por sua vez, mantém um relacionamento com um pintor bem mais velho, José Torres Campana (Felipe Ehremberg). A relação entre os personagens evolui, contrapondo desejo, erotismo e risco. O filme passa amanhã, às 17h30, no Cine Plaza, na mostra não-competitiva de longas-metragens do 9.º Festival de Cinema Vídeo e DCine de Curitiba (FCVDC).
Hoje, o longa-metragem da mostra é Araguaya Conspiração do Silêncio, dirigido por Ronaldo Duque. O longa mostra a formação da Guerrilha do Araguaia ao narrar a relação entre o francês padre Chico e os camponeses miseráveis da região, durante o auge da repressão do regime militar brasileiro, durante a década de 70.
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