Show
Raul de Souza Convida Ron Carter
Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dias 14 e 15, às 20 horas, e dia 16, às 19 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Os ingressos serão vendidos no local, a partir das 12 horas do dia 11 de fevereiro. Sujeito à lotação.
Perfil
Conheça alguns fatos marcantes da carreira do contrabaixista Ron Carter:
Começo dos anos 1960 Carter tocou ao lado de Jaki Byard e Eric Dolphy nos Estados Unidos e excursionou pela Europa com Cannonball Adderley.
1963 a 1968 Foi baixista do histórico quinteto de Miles Davis ao lado de Herbie Hancock, Tony Williams e Wayne Shorter.
1993 Carter venceu o Grammy de melhor grupo instrumental com a Miles Davis Tribute Band.
2005 O músico recebeu um doutorado honoris causa da Berklee College of Music.
Já faz mais de 30 anos que Raul de Souza e Ron Carter, hoje o mais conhecido baixista de jazz do mundo, trabalharam juntos pela última vez. De acordo com o trombonista brasileiro, que conheceu o músico norte-americano logo que chegou aos Estados Unidos, em 1973, foi na gravação de Slaves Mass, disco de Hermeto Pascoal lançado em 1977.
As duas extensas trajetórias voltam a se cruzar neste fim de semana, em Curitiba. Raul de Souza e Ron Carter sobem juntos ao palco do Teatro da Caixa para um show inédito, que inclui tanto composições mais jazzísticas do brasileiro quanto músicas do baixista e compositor norte-americano que têm um pé no Brasil, como "Saudade", "Ah Rio" e "Mr. Bow Tie". Os ingressos começam a ser vendidos amanhã, ao meio-dia.
"Souza me pediu algumas de minhas músicas, e o enviei algumas que eu acho que vão funcionar para o público brasileiro", conta o baixista, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo.
A proximidade de Carter com a música brasileira remonta à gravação do álbum Wave, de Antonio Carlos Jobim, em 1967. Sempre com modéstia, apesar de contar com mais de duas mil participações em discos incluindo trabalhos ao lado de gigantes como Miles Davis , Carter resume sua abordagem da música brasileira a "fazê-la soar bem", e diz que cada show é uma oportunidade de aprender. "Encontrei lições em cada chance que tive de tocar", conta.
Com a experiência que tem, Carter, aos 76 anos, ainda precisa de lições? "Absolutamente", responde. "A música é um trabalho vitalício. Há muitas maneiras de tocar as notas, mas não há novas notas. Então, você precisa achar um jeito de rearranjar as antigas. E estou gostando de fazer isso", brinca.
Raul de Souza conta que deve inserir várias músicas novas no show, incluindo composições suas como "Encontro" escolhida especialmente para as apresentações. "É uma coisa de encontro de jazz, mesmo", conta Souza.
Brasileiros e americanos
Ron Carter diz se lembrar de ver Raul de Souza tocando em Nova York antes de conhecê-lo, sem saber que era brasileiro. Alguns aspectos chamavam a atenção do baixista americano a respeito dos músicos daqui que chegaram até os EUA: um "grande senso de melodia", a habilidade que todos tinham ao violão e a curiosidade que tinham sobre como os jazzistas dos EUA faziam música.
Souza, que gravou com nomes como Herbie Hancock e Sonny Rollins, lembra que a aproximação foi desafiadora e que, em seu caso, só aconteceu porque sempre teve facilidade para tocar qualquer ritmo. "Não era tão fácil chegar perto dos músicos americanos", lembra. "Não bastava tocar samba, bossa nova. Era preciso tocar o que estavam tocando lá, com interpretação", diz.
Já com 60 anos de carreira, e beirando os 80 de idade, Raul comemora. "Estou feliz com esse encontro. É um músico fantástico, um veterano americano um dos últimos da geração dele", diz o trombonista, que provoca: "Gostaria que o Brasil tivesse o mesmo respeito e consideração pelos músicos antigos."
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