Fringe
Como acontece há 14 anos, a mostra oficial será acompanhada de uma mega oferta de espetáculos na mostra paralela, o Fringe. Serão cerca de 350 peças, como no ano passado, reunidas em mini-mostras dentro do Fringe, programadas por grupos envolvidos com a cena local ou de fora. Veja algumas delas:
Minas
O Teatro Novelas Curitibanas, voltado a produções de vanguarda, será ocupado durante o Fringe 2012 pelo Galpão Cine Horto com a mostra Teatro Para Ver de Perto. Virão seis grupos: Casca, com Quintal, sobre o universo do poeta Manoel de Barros; Cia. do Chá, com A Mudança, livremente inspirada em A Metamorfose, de Kafka, e com Da Ordem das Coisas, que mostra um casal entre conflito e reflexões. O grupo Pequeno Mamute Capitão Amável faz Robison, inspirada no romance de Daniel Defoe; a Cia. 5 Cabeças traz Cachorros Não Sabem Blefar, que promete uma sucessão de ideias bizarras; o Mayombe faz A Pequenina América e sua Avó $ifrada de Escrúpulos, e os Quatroloscinco vêm com Outro Lado, que fala de pessoas que compartilham o tempo num pequeno espaço.
Nordeste
A curitibana Cia. Brasileira de Teatro também deve programar uma das mostras. O diretor Marcio Abreu pretende trazer um grupo jovem de Recife, o Magiluth.
Infantil
Para as crianças, a Cia. dos Palhaços prepara uma nova edição da Mostra Seu Nariz.
Cenas curtas
O Coletivo de Pequenos Conteúdos, organizado pela companhia Transitória, trará o grupo cubano Irreverencia, com Salomé o la Candela, de Eva González, além de Vivienne (da Bife Seco) e de produções da CaféComLeite, Selvática, Os Encantados, Baba de Anjo e Naco de Víbora. Esta é a quarta edição da mostra, realizada no Teatro Universitário de Curitiba.
Sangue novo
A mostra Novos Repertórios reúne seis companhias que buscam novas linguagens. "Todas têm uma história parecida, com trabalho de pesquisa que se desenvolve em grupos fixos", conta Michele Menezes, que comemora a hospedagem da mostra no Teatro da Caixa. E lá estarão o Teatro de Breque, que estreia A Vaca Pródiga, releitura da parábola do Filho Pródigo na perspectiva do animal morto para festejar o retorno do rebelde. Saliva é a nova produção de Alexandre França, que aposta na refundação da existência a partir da linguagem. Participam da mostra ainda Ilíada, Canto I, com Claudete Pereira Jorge; A Cidade, da Inominável, com texto do britânico Martin Crimp; Sophia Loren não é Marlon Brando, da Subjétil, e Darwin, da Processo Multiartes, em parceria com Fabio Salvatti, que criam a partir da obra A Origem das Espécies.
Um argumento que o diretor curitibano Edson Bueno costuma usar para demonstrar a importância do Festival de Teatro de Curitiba é que "antes dele, a cidade nunca tinha visto um espetáculo de Gerald Thomas". O bombástico criador carioca, que participou de várias edições do evento paranaense desde sua criação em 1992, retorna na edição 2012 à capital paranaense com Gargólios, peça criada para purgar o 11 de Setembro, que ele viu da janela de seu apartamento em Nova York, para depois descer e tentar salvar vítimas em meio à poeira.
Gerald, que atualmente mora em Londres e fez de Gargólios um retorno, após anunciar sua retirada do meio teatral há quatro anos, pendura no teto uma mulher pingando sangue, enquanto perturbados super-heróis se consultam com um analista de salto alto.
Outro grupo que vem a Curitiba desde o início do festival é o Galpão, autor de espetáculos que fizeram sucesso internacional, como a versão nordestina de Romeu e Julieta. Desta vez, o grupo deve trazer Eclipse, peça inspirada no universo de Anton Chékhov, com referências saídas da dramaturgia e de contos do autor russo, com quem os veteranos atores trabalham desde o filme Moscou, inspirado na peça As Três Irmãs, e de Tio Vânia (aos Que Vierem Depois de Nós), apresentado por aqui no festival passado.
Uma mistura que deu certo e caiu no gosto do público do evento é o grupo Circo Roda, formado por integrantes dos paulistanos Pia Fruas e Parlapatões. Este é o terceiro ano em que eles vêm à Ópera de Arame com um espetáculo de grandes proporções. Caravana Memórias de um Picadeiro tem direção de Chico Pelúcio, do Galpão (mais mistura), e estreia por aqui. "Será algo bem brasileiro", destaca o autor do argumento, Beto Andretta.
Até o fechamento desta edição, estavam fechados 27 espetáculos para a mostra principal, e outros dois aguardavam confirmação, de acordo com o diretor do festival, Leandro Knopfholz. A programação completa será divulgada no dia 8 de fevereiro em coletiva à imprensa, e o evento vai de 27 de março a 8 de abril.
Erótico
Uma novidade no festival deste ano será a Mostra XXX, para maiores de 18 anos, que será realiza no Espaço Cênico. Integrarão a programação duas versões do romance escrito há 20 séculos Satyricon: uma do grupo curitibano Delírio, de Edson Bueno, e outra dos Satyros, também curitibano mas radicado em São Paulo desde 2004 e Ato de Comunhão, do veterano Gilberto Gawronski.
"Vai ser um evento maravilhoso, que vai levar muita gente para o espaço ver a mesma ideia com várias linguagens", diz Bueno. "Não tem como não colocar o dedo na ferida", avisa, sobre o clima da peça, um triângulo de paixão e ciúmes homossexual. Deixando de lado a segurança de uma montagem menor, ele optou por escalar 32 atores para o espetáculo, a maioria formada por pessoas com quem nunca trabalhou. Nos primeiros 30 minutos, o público verá praticamente uma coreografia, sem palavras.
A versão dos Satyros também começa com uma performance, para depois apresentar a trama em si e partir para uma rave, em que o público será convidado a dançar. "Partimos de depoimentos de michês do centro de São Paulo porque queríamos falar sobre a prostituição. Achamos que o texto do Satyricon seria ideal", explica o diretor Rodolfo García Vázquez.
Um paralelo que a montagem tem com Gargólios é a presença de roqueiros de primeira linha na criação da trilha sonora o próprio Gerald sobe ao palco para tocar baixo em sua peça.
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Serviço
Assista à peça Gargólios em inglês no blog do diretor Gerald Thomas em http://geraldthomasblog.wordpress.com/2011/08/30/gargolios-entire-play/
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