O cineasta Miguel Faria Jr. também diretor do documentário “Vinicius”, sobre o poetinha, conversa com Chico Buarque: documentário intimista investiga um dos artistas mais prolíficos do país.| Foto: Zeca Guimarães/Divulgação

Goste-se dele ou não, é impossível negar: não há artista no Brasil como Chico Buarque. Cantor, compositor e escritor, gera admiração por sua música, controvérsia por seus posicionamentos políticos e paixonites por sua beleza e charme, isso aos 71 anos de idade. Com essa bagagem, surpreende que tenha demorado tanto tempo até que alguém levasse sua história para as telas de cinema.

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A oportunidade de conhecer melhor essa história enfim chegou, na forma de um documentário intimista. “Chico: Artista Brasileiro” foi apresentado com gala no último dia 1.º, na abertura do Festival do Rio. Na plateia do histórico Cine Odeon, no Rio de Janeiro, misturavam-se artistas globais, gente de cinema, convidados estrangeiros e amigos do protagonista, entre eles um de nome Caetano Veloso. Chico não deu as caras.

Artista deixa-se filmar, canta e ri das próprias histórias

Para realizar “Chico: Artista Brasileiro” foi necessário um ano e meio de trabalho, entre pesquisas, filmagens e finalização.

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“Não faria nenhum sentido ele aparecer”, diverte-se Miguel Faria Jr., outro grande amigo de Chico, lembrando da personalidade reservada do cantor. Com aproximadamente quatro décadas de amizade, o cineasta decidiu encarar o desafio de realizar um filme sobre a vida e obra de Francisco Buarque de Hollanda. Não uma biografia, exatamente. “Quis fazer algo com o meu olhar”, afirmou o diretor em entrevista coletiva.

Miguel Faria já havia retratado outro ícone da música brasileira há dez anos, no documentário “Vinícius”, sobre Vinícius de Moraes. De acordo com ele, a ideia de retratar Chico Buarque nasceu como uma continuação desse projeto. “Quando o Vinícius parou, o Chico estava no auge. Tive vontade de continuar essa história, não apenas a história de um artista, mas de uma parte importante da música brasileira”, explica.

Parceria

Naturalmente, a proximidade entre os dois contribuiu para viabilizar o projeto. Miguel e Chico trabalharam juntos pela primeira vez em 1977, quando o músico fez a trilha sonora para o filme “Na Ponta da Faca”. Sete anos depois, os dois escreveram juntos o roteiro de “Para Viver um Grande Amor”, consolidando uma parceria que se manteve no campo pessoal e profissional.

Segundo o diretor, Chico até relutou um pouco, mas logo aceitou a proposta. “Ele topou sem nenhuma condição, não fez qualquer tipo de restrição”, garante o cineasta. Tanto que o cantor só viu o filme três dias antes da première no festival.

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E qual foi sua reação? “Ele gostou, ficou bastante emocionado.”

*O jornalista viajou a convite da Sony Pictures.