Enfim, Não Sobre o Amor no Fringe

O trabalho mais recente da Sutil Companhia chega ao Fringe quase dois anos depois de ter estreado em São Paulo, em maio de 2008, com uma carreira marcada pelo troféu Bravo! de espetáculo do ano e os prêmios Shell-RJ de melhor iluminação (Beto Bruel) e cenário (Daniela Thomas) .Em Não Sobre o Amor (confira o serviço) de câmara não-realista, o diretor Felipe Hirsch transporta para os palcos a maneira como Victor Shklovsky (1893-1984), teórico do formalismo russo, usa o amor – ou melhor, a negação do amor – como metáfora para a solidão e o exílio, no livro Letters Not About Love, compilação de cartas verídicas e ficcionais trocadas entre ele e sua amante Elsa Triolet –interpretados por Leonardo Medeiros e Simone Spoladore (no papel que foi de Arieta Corrêa).

Para a crítica do jornal O Estado de S. Paulo, Mariângela Alves de Lima, a companhia fundada em Curitiba pode ter encontrado "a matéria literária perfeita" para uma dramaturgia que, além de tratar da memória, seu tema caro, faz uma provocação à "expectativa de gratificação sentimental do público".