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A equipe da peça: trabalhos individuais que se contaminam | Marco Novack/Divulgação
A equipe da peça: trabalhos individuais que se contaminam| Foto: Marco Novack/Divulgação

Agenda

Bifes_1 – Ensaios Abertos

Companhia Brasileira de Teatro (R. José Bonifácio, 135, Sala 1, Largo da Ordem), (41) 8877-8131. Sábados, às 16 horas (exceto 21 de junho). Até 12 de julho. Entrada franca.

Chegou a hora dessa gente nova – mas que já vê a data da formatura ficando para trás – mostrar seu valor individual. A companhia teatral BifeSeco, de Curitiba, reúne colegas da Faculdade de Artes do Paraná formados em 2010 que apresentaram em 2010 e 2012 duas peças de grande repercussão: Vivienne e Peça Ruim. Em ambas, a ideia era compor caricaturas cênicas para métodos de produção teatral, numa espécie de homenagem satírica que não poupou o diretor Gerald Thomas nem a atriz francesa Isabelle Huppert.

Agora, a ideia é revelar ao público quem são os integrantes do grupo, com menos máscaras. O novo trabalho, Bifes_1, estreia dia 31 de julho no Teatro Novelas Curitibanas, mas é possível acompanhar os passos da criação em ensaios abertos realizados todo sábado na sede da Cia. Brasileira, no Largo da Ordem.

A proposta é montar um espetáculo formado por seis monólogos, sendo que somente três serão apresentados por sessão. A partir da escolha de um artista admirado, cada ator está elaborando um solo que mistura questões pessoais a literárias. "Estamos tentando nos entender como artistas para reafirmar a cara do grupo", disse o ator Sávio Malheiros à Gazeta do Povo durante um dos ensaios. A escolha dele foi resgatar o valor popular do saudoso Mazzaropi (1912-1981), natural de sua Taubaté (SP).

Outros integrantes optaram por escritores brasileiros ou estrangeiros. Patrícia Cipriano manifesta em seu solo o interesse por Julio Cortázar, ao qual acrescenta seu humor natural.

Ciliane Vendruscolo, atriz convidada, traz um impacto dramático ao abordar Clarice Lispector. Seu solo promete desconcertar a plateia com citações do conto "A Quinta História" (do livro Felicidade Clandestina), entre outros, numa atuação que rescende a confusão e inadequação.

Flertando com a performance, o solo de Luiz Bertazzo fala da poesia de Manoel de Barros. O ator é um dos que que mais tem circulado entre companhias locais, dividido entre BifeSeco, Vigor Mortis e CiaSenhas, mas também fazendo participações em espetáculos como Amorfo, em cartaz atualmente, e papéis em filmes como Circular (2011). Também acrescentando humor a seu solo, ele pretende trabalhar com vários elementos de figurino e a noção de dilatação do tempo, enquanto investiga temas e formatos do poeta mato-grossense.

Por fim, a atriz Má Ribeiro aborda a figura do clown nas artes, baseada em experiências suas até dentro de hospitais, e o diretor Dimis Jean Sores pretende imergir no universo do diretor norte-americano Robert Wilson, de quem é fã.

Processo

Reunidos, os solos acabam recebendo a contaminação uns dos outros. Mesmo os elementos de não ficção trazidos das vidas dos atores tornam-se arte no processo de composição, num caldo "pessoal e autoral, mas não biográfico".

Um público diversificado tem comparecido aos ensaios abertos, sempre comentando ao final com o objetivo de enriquecer os trabalhos. Outras influências são pesquisas solo, como a de Denise Stoklos, obras de dança contemporânea e o espetáculo Autopeças, da carioca Cia. dos Atores.

Um dos desafios da montagem, patrocinada pelo governo federal por meio do Prêmio Myriam Muniz, é colocar os atores para pesquisar a cenografia e o figurino de seus monólogos.

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