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Prepare o bolso (ou, se você é daqueles que já não se importa muito com capas e encartes, reserve pelo menos dois pares de CDs virgens). Quatro das principais bandas indies internacionais acabam de lançar, em um curto espaço de tempo, seus novos álbuns no mercado internacional. Trata-se de Belle and Sebastian, com The Life Pursuit; Placebo, com Meds; Morrissey, com Ringleader of the Tormentors; e The Flaming Lips, com At War with the Mystics.

Desconhecidas para os que costumam seguir apenas as novidades musicais do mundo pop milionário – vide grandes arrecadadores como Madonna, Beyoncé, Eminem, Nickleback, entre outros – as bandas citadas no parágrafo acima, apesar de bastante diversas entre si, foram "encaixadas" no segmento indie rock, gênero destinado a todos os grupos que não chegam a atingir vendagens extraordinárias, mas que possuem grandes legiões de fãs ferrenhos espalhados pelo mundo.

É o caso do escoceses do Belle and Sebastian. Formada na cidade de Glasgow, em meados dos anos 90, a banda conquistou os ouvidos de milhões de admiradores dos subgêneros mais sensíveis e delicados do rock, com os álbuns Tigermilk e If You’re Feeling Sinister (mais conhecido como álbum vermelho), ambos de 1996.

Composta basicamente pelo guitarrista Stuart Murdoch – a banda já passou por inúmeras mudanças de formação –, o Belle and Sebastian, após ter seus quatro primeiros álbuns lançados no Brasil pela gravadora Trama, esteve em solo tupiniquim no ano de 2001, onde se apresentou nas edições paulistana e carioca do extinto Free Jazz Festival, atraindo caravanas de todos os estados brasileiros, inclusive de Curitiba.

Com o passar dos anos, a febre Belle and Sebastian diminuiu consideravelmente, mas a qualidade de seus registros nunca deixou de ser apontada por seus fiéis admiradores, que agora podem se deliciar com o sexto e excelente disco do grupo escocês, The Life Pursuit, que já conta com edição nacional (Trama, R$ 32,90).

Outro que carrega nas costas o peso de ser ídolo há mais de duas décadas é o inglês Steven Patrick Morrissey, 47 anos. E não é à toa. Recentemente convidado pelo festival norte-americano Coachella para uma única apresentação ao lado de sua ex-banda, o The Smiths, pela bagatela de US$ 5 milhões, ele negou, respondendo, delicadamente, que preferia "mastigar os próprios testículos". "Ele realmente não precisa disso. Sempre esteve na ativa e lançou álbuns belíssimos em carreira-solo como Viva Hate (1988), Your Arsenal (1991) e You Are the Quarry (2004). Mesmo os discos que não são tão badalados possuem canções que são verdadeiras pérolas. "Acho um saco essas pessoas que são saudosistas em relação a tudo", opina o designer e artista plástico Leandro Catapam, fã de carteirinha de Morrissey.

O designer aliás, é desses que não sabem se esperam o lançamento do mais recente álbum de Morrissey, Ringleader of the Tormentors, no mercado brasileiro ou se apela para os programas de compartilhamento de arquivos de música (os famosos mp3) de uma vez. "Acho que não vou agüentar esperar, vou acabar baixando. Mas sei que, mais tarde, vou ter de comprar mesmo, pois tenho todos os álbuns e esse não pode ficar faltando", conta.

Com bem menos tempo de estrada, os também britânicos do trio Placebo, assim como Morrissey, possuem legiões de devotos, fascinados com as figuras andrógenas de Brian Molko (vocal e guitarra), Stefan Olsdal (baixo) e Steve Hewitt (bateria). Basta lembrar das recentes apresentações dos londrinos no Brasil, em abril do ano passado. O grupo não passou pela capital paranaense e obrigou centenas de fãs curitibanos a descerem a serra rumo a Florianópolis, onde houve show. Seguindo os passos de formações como Depeche Mode e Nine Inch Nails, o trio acaba de lançar Meds, seu quinto disco de inéditas, repleto de influências eletrônicas e com participações especiais de Michael Stipe (R.E.M.) e de VV, vocalista da dupla norte-americana The Kills.

Já os brasileiros que presenciaram as ótimas performances do trio de Oklahoma The Flaming Lips em sua passagem ao Brasil, no festival Claro Que É Rock, em novembro do ano passado, devem tratar de dar um jeito de conseguir At War with the Mystics, ótimo 12.º álbum do grupo. "O Flaming Lips é uma banda ímpar que tem um líder genial e extremamente carismático. As letras são absurdamente inusitadas, o tratamento instrumental é inovador e os shows são sempre surpreendentes. Acho que a combinação disso ao discurso afiado de Wayne Coyne é o que faz as pessoas gostarem tanto da banda", analisa André Sakr, integrante da banda curitibana E.S.S, que já considera At the War... um dos melhores discos desse ano.

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