Os Simpsons funcionam bem dentro e fora da tela
Os selos em homenagem aos Simpsons, lançados pelo Serviço de Correios dos Estados Unidos no início de maio, escaparam de minha atenção até o final de junho. Foi aí que um acúmulo de correspondência a ser enviada me forçou a uma passada emergencial numa agência.
Opinião: Eu tenho Homer no coração
Desde a primeira vez que vi um episódio dos Simpsons numa distante manhã de domingo dos anos 90, quando a Globo começou a exibir a série no Brasil, eu tenho Homer no coração. Lembro que fui conquistado com uma paródia dos Flintstones que eles fizeram: na abertura de um episódio, Homer sai do trabalho correndo para o carro, exatamente como Fred (seu antecessor natural) cantando "Homer, Homer Simpson/ ele é o maior sujeito da história/ da cidade de Springfield/ e está quase batendo na castanheira/ Doh " até seu carro se espatifar numa árvore.
Para medir o impacto que Os Simpsons tiveram no mundo de 1989 para cá, talvez seja o caso de dividir a história da televisão em a.S. e d.S. "antes dos Simpsons" e "depois dos Simpsons".
Parte da cultura popular há exatos 20 anos, o desenho retrata uma típica família dos Estados Unidos e já recebeu diversos prêmios, um lugar na calçada da fama e um verbete no dicionário Oxford de língua inglesa (que lista a interjeição "Doh", do patriarca Homer Simpson, como uma forma de expressar frustração). É um feito de fazer inveja ao "Yabadabadoo", de Fred Flintstone.
Celebridades de peso como o ex-beatle Paul McCartney, o escritor Thomas Pynchon e até o jogador de futebol Ronaldo Fenômeno gravaram participações em episódios da série.
Já a quantidade de mercadorias vendidas a partir das figuras criadas por Matt Groening é impressionante. Eles viraram até selos dos Correios nos Estados Unidos. Videogames e versões de jogos de tabuleiro como Monopólio e Damas com a "família não-pré-histórica mais amada do mundo" (como o próprio programa se definiu em um dos episódios) continuam a ser lançados ano a ano.
Para marcar os 20 anos do desenho, um filme homônimo para o cinema foi realizado em 2007 e rendeu US$ 180 milhões só nos EUA, segundo o Internet Movie Database (www.imdb.com).
No Brasil, a série provocou uma polêmica em 2002 que por pouco não se tornou um incidente internacional. No episódio "Blame it on Lisa" ("A culpa é de Lisa", cujo título brinca com o filme de 1984 Blame it on Rio), Lisa Simpson traz sua família ao Rio de Janeiro para encontrar um menino carente adotado financeiramente por ela, mas Homer é sequestrado por um taxista. A história mostra macacos na praia atacando pessoas, uma apresentadora infantil que hipnotiza as crianças com uma dança sexy e uma cobra que engole Bart Simpson inteiro.
Como era de se esperar, as piadas provocaram uma reação enfurecida da Secretaria de Turismo do Rio de Janeiro, que quis processar o programa por mostrar uma versão distorcida da cidade maravilhosa, alegando que tanto sarcasmo destruiria os efeitos de uma campanha milionária para atrair turistas estrangeiros para o país.
As dores de cabeça criadas pelo episódio só não foram maiores porque o produtor James L. Brooks pediu desculpas e o processo foi arquivado.
Os Simpsons seguem quebrando todos os recordes em matéria de seriados de tevê (animados ou não). O mais notável é o de longevidade. A produção teve 441 episódios em 20 temporadas hoje ela está na sua 21.ª. O time de roteiristas está entre os mais premiados do gênero e soma 29 escritores fixos, além dos mais de 50 colaboradores. Venceu mais de 80 prêmios, sendo 22 Emmys, o Oscar da tevê americana.
Por trás deste empreendimento monstruoso está uma única pessoa: Matt Groening. O criador dos Simpsons que pegou emprestado nomes de seus familiares para os personagens foi listado em quarto lugar na lista dos 100 gênios vivos, publicada pelo jornal britânico The Daily Telegraph, ficando à frente de nomes como o político sul-africano Nelson Mandela, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer e o escritor norte-americano Philip Roth.
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