Bibliografia
Confira uma lista cronológica de obras de Eric Hobsbawm disponíveis no mercado brasileiro:
1962 A Era das Revoluções 1798-1848. Paz e Terra, 600 págs., R$ 60.
1969 Bandidos. Paz e Terra, 280 págs., R$ 45.
1973 Revolucionários: Ensaios Contemporâneos. Paz e Terra, 278 págs., R$ 46.
1975 A Era do Capital 1848-1975. Paz e Terra, 540 págs., R$ 60.
1984 Mundos do Trabalho: Novos Estudos sobre a História Operária. Paz e Terra, 460 págs., R$ 59.
1987 A Era dos Impérios 1875-1914. Paz e Terra, 608 págs., R$ 60.
1989 História Social do Jazz. Paz e Terra, 378 págs., R$ 47,50.
1989 Estratégias para uma Esquerda Racional. Paz e Terra, 284 págs., R$ 40,50.
1990 Ecos da Marselhesa: Dois Séculos Reveem a Revolução Francesa. Companhia das Letras, 160 págs., R$ 34.
1991 Nações e Nacionalismo desde 1780. Paz e Terra, 230 págs., R$ 37,50.
1994 Era dos Extremos O Breve Século 20. Companhia das Letras, 632 págs., R$ 67.
1998 Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz. Paz e Terra, 432 págs., R$ 64.
Sobre História. Companhia das Letras, 344 págs., R$ 63.
2002 Tempos Interessantes Uma Vida no Século 20. Companhia das Letras, 504 págs., R$ 69.
2007 Globalização, Democracia e Terrorismo. Companhia das Letras, 184 págs., R$ 40,50.
2011 Como Mudar o Mundo Marx e o Marxismo. Companhia das Letras, 424 págs., R$ 57.
Morreu na manhã de ontem, aos 95 anos, o historiador marxista Eric Hobsbawm. Ele estava internado no Royal Free Hospital, em Londres, onde recebia um tratamento contra pneumonia. O anúncio foi feito por sua filha, Julia Hobsbawm, e divulgado pela BBC de Londres.
Dono de uma extensa e aclamada obra sobre a época contemporânea, Hobsbawm nasceu no mesmo ano da Revolução Russa de 1917, e teria seu trabalho para sempre associado ao pensamento de esquerda. Nascido em uma família judia em Alexandria, no Egito, na época sob o domínio britânico, morou em Viena e Berlim, onde realizou seus estudos na década de 1930, e mudou-se para Londres em 1933, enquanto Hitler subia ao poder. Filiou-se ao Partido Comunista em 1936, e se tornou uma figura polêmica no meio acadêmico por sua manifesta adesão ao stalinismo, ainda que mais tarde tenha se desiludido com a figura do líder soviético, com o Relatório Khrushchov, divulgado em 1956, que denunciava os crimes de Joseph Stalin. Declararia, anos depois, que "nunca havia tentado diminuir as coisas terríveis que haviam acontecido na Rússia", mas que acreditava que no início do projeto comunista um novo mundo estava nascendo.
Os últimos três séculos se tornaram o centro de seus estudos. Em 1962, Hobsbawm publicou o primeiro dos três volumes sobre o "longo século 19", formados pelos títulos A Era das Revoluções 1789-1848, A Era do Capital 1848-1875 e A Era dos Impérios 1875-1914. Mais tarde, em 1994, escreveu Era dos Extremos O Breve Século 20: 1914-1991, sobre o período correspondente no título. Seu último livro, a coletânea de textos Como Mudar o Mundo Marx e o Marxismo: 1840-2011, é do ano passado.
Repercusssão
No Brasil, grande parte da obra do historiador foi publicada pela editora Paz e Terra e pela Companhia das Letras (leia mais nesta página). Em nota no Blog da Cia, o editor Luiz Schwarcz afirmou que Hobsbawm era um "amigo de verdade" e declarou: "Com sua morte perdemos um amigo, um ídolo dos brasileiros, que se orgulhava por ser tão querido aqui. Certamente o Brasil é o país onde Hobsbawm tem o maior número de leitores".
De fato, Eric Hobsbawm ganhou bastante adeptos na academia e fora dela, por seu estilo de escrita, clara e didática, que serve tanto aos estudiosos de História quanto aos interessados nos assuntos que debatia que iam além do usual foco de pesquisa acadêmica, como o banditismo social em Bandidos e o jazz em A História Social do Jazz. "Ele tinha uma visão enciclopédica da História. Ele discutia aspectos que iam do século 18 ao século 21, jazz, história, política, futebol. Conhecia a História do Brasil, escreveu muitos livros e coordenou muitas coletâneas de textos. Era, acima de tudo, um estudioso esforçado", comentou o professor de História da Universidade Federal de São Carlos, Marco Villa, para quem o maior legado do autor é a busca por uma visão de síntese, possível apenas para grandes eruditos.
A opinião é compartilhada por Dennison de Oliveira, professor de História da Universidade Federal do Paraná, admirador da cultura do pensador. "A disciplina da História será sempre um exercício de erudição, que demanda extensas leituras, sólido preparo profissional e intenso trabalho de busca e interpretação de fontes. O historiador é um profissional cuja formação é cara e demorada. Não se improvisa de uma hora para outra um historiador, muito menos alguém da estatura intelectual de Hobsbawm."
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