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Memorial em Porto Alegre disponibiliza ao público originais raros e material multimídia sobre o “contador de histórias” Erico Verissimo | Guga Marques/Comunicação CEEE/Divulgação
Memorial em Porto Alegre disponibiliza ao público originais raros e material multimídia sobre o “contador de histórias” Erico Verissimo| Foto: Guga Marques/Comunicação CEEE/Divulgação

Destaques

Confira algumas relíquias presentes no Memorial Erico Verissimo, aberto para visitação desde ontem, em Porto Alegre:

Originais de Fantoches (1932 /1972)

Primeiro livro de Erico, cuja segunda edição foi publicada para comemorar os 40 anos de carreira do escritor e traz na marginália caricaturas, ilustrações, observações e comentários feitos de próprio punho.

Originais de O Retrato (1951)

Segunda parte da trilogia O Tempo e o Vento. São mais de mil páginas datilografadas, com rasuras manuscritas pelo próprio Erico.

Originais de Solo de Clarineta – Volume 2 (1976)

Obra póstuma de Erico que traz a segunda parte das memórias do escritor. São 94 páginas originais, com rasuras e desenhos, organizadas por Flávio Loureiro Chaves.

Original do mapa de El Sacramento

Ilha imaginária do romance O Senhor Embaixador (1965), que seria localizada no Caribe.

Original do mapa de Antares

Cidade criada para o romance Incidente em Antares (1971), que traz detalhes da praça central e o trajeto dos principais personagens.

Disco compacto Fragmentos de O Tempo e o Vento (1960)

Traz a gravação da voz de Erico Verissimo, fazendo a leitura de seus próprios textos.

Programe-se

Memorial Erico Verissimo

Centro Cultural CEEE Erico Verissimo – Porto Alegre (R. dos Andradas, 1.223, Centro), (51) 3226-5342 Visitação de terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e aos sábados, das 11 às 18 horas. Entrada franca. O acervo também pode ser consultado pelo site www.cccev.com.br.

Um dos grandes nomes da literatura brasileira, Erico Verissimo (1905-1975) está ainda mais próximo dos leitores desde a última segunda-feira. Uma cerimônia para convidados marcou a inauguração do memorial dedicado à vida e à obra do escritor, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV), no centro de Porto Alegre. Ontem, o espaço foi aberto à visitação do público.

Dois dos seis andares do prédio, que data do início da década de 1920 e é conhecido como Força e Luz, receberam o acervo de mais de 3 mil itens, entre 34 volumes originais, manuscritos, mapas, correspondências, desenhos, fotos, vídeos, filmes e fortuna crítica. No terceiro andar, o visitante acompanha uma linha do tempo afixada na parede lateral, caracterizada por fatos marcantes da vida do escritor, e sete ambientações que remetem a obras do acervo, por meio de uma linguagem lúdica e com recursos multimídia. No sexto andar, expositores destacam originais, em uma mostra que será renovada periodicamente. Em espaço destinado à leitura, estarão disponíveis livros do "contador de histórias", como o próprio Erico se autodenominava. Todos esses documentos foram digitalizados e também estarão à disposição para consulta em dois terminais, no próprio local, ou no site da instituição.

Acervo

O Memorial Erico Veris­­simo reúne os acervos de dois amigos do escritor: o jornalista e bibliófilo Mário de Almeida Lima, morto em 2003, e o doutor em Letras Flávio Loureiro Chaves, que organizou a obra póstuma, o segundo volume das memórias O Solo de Clarineta.

"Desde 1999, o pai queria tornar o acervo público, mas sempre com a preocupação de que fosse para um local que tivesse condições de expor e de conservar os documentos", observa o editor Paulo Lima, um dos filhos de Mário.

Além de destacar a importância do memorial, por trazer extensa documentação que comprova ser Erico um grande escritor e por manter o acervo no Rio Grande do Sul, Flávio Loureiro Chaves salienta o fato de tornar públicos esses documentos.

"O fundamental do projeto não está somente em preservar este acervo, mas de colocá-lo à disposição das pessoas, e não somente do público acadêmico, mas do público leitor. É fundamental, porque a literatura não é um fetiche para ser enclausurado."

O acervo que passa a ser compartilhado contempla desde a primeira obra de Erico, com os originais da segunda edição de Fantoches, até seu último livro, com os originais do segundo volume de Solo de Clarineta, obra póstuma.

"A ideia é manter a memória viva. E este é o grande serviço que o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo presta à sociedade, de guardar, conservar e colocar à disposição", diz a coordenadora do memorial, a professora do Instituto de Letras da UFRGS Márcia Ivana de Lima e Silva.

Com a inauguração do memorial, levanta-se a possibilidade de os originais e os documentos sob responsabilidade da família de Erico e que hoje se encontram no Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro, retornarem ao Rio Grande do Sul no futuro. Em entrevista por e-mail, de Nova York, Luis Fernando Verissimo não descartou a chance de que, no fim do contrato com o IMS, o material sobre o pai possa finalmente vir do Rio para o CCCEV.

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