As escolas de samba de São Paulo já definiram as histórias que contarão durante a passagem pelo Sambódromo. Em 2009, os temas históricos, e até políticos, terão presença marcante nos enredos escolhidos pelas agremiações. Da prosperidade de Ouro Preto, passando pela luta do povo em Angola e destruição da Amazônia, até a história do dinheiro, alguns motivos parecem muito sérios para a festa, mas são cantados sempre com alegria e leveza, para animar as arquibancadas. Com todas as composições já selecionadas, a missão de cada folião agora é decorar a letra para não fazer feio no Sambódromo.
A Unidos de Vila Maria retoma o escambo na Antiguidade e chega até o capitalismo financeiro para contar a história do dinheiro. O samba da Tom Maior relata a luta e o sofrimento já vividos pelo povo angolano, e homenageia Martinho da Vila, a quem chama de "embaixador" do Brasil em Angola, enquanto a Mancha Verde reverencia a cultura de Pernambuco.
A Gaviões da Fiel retoma a história da roda, desde sua criação, chegando a máquinas modernas cujo desenvolvimento só foi permitido por causa da invenção humana. Mais adiante na História, o ciclo do ouro, a arte barroca e a Inconfidência Mineira estão na letra da Acadêmicos do Tucuruvi, que teve a cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, como fonte de inspiração.
As belezas da Amazônia e a tristeza provocada pelo desmatamento serão cantadas pela X-9 Paulistana. A riqueza da terra também foi abordada pela Unidos do Peruche em forma de ouro e pedras preciosas. E a escola não deixa barato a cobiça e a vaidade despertadas no homem pelas peças valiosas.
Misticismo
Se algumas escolas optaram por um conteúdo realista, houve quem buscasse mais leveza e fantasia nos assuntos cantados nos sambas. A Mocidade Alegre entra na avenida com o "Coração" como tema, e trata dele como a "máquina da vida", mas também como o local onde residem "religião, mistério e segredo". A Rosas de Ouro fugiu da dureza da realidade para falar de sonhos, ilusão e magia. A Pérola Negra também transcende as preocupações materiais e narra uma viagem até a Índia, em busca da "pérola sagrada, aliança entre o homem e o divino".
Com o pé no chão, a Leandro de Itaquera presta homenagem à apresentadora e atriz Regina Case e exalta a trabalho nas periferias. A Vai-Vai, grande vencedora de 2008, aposta na saúde e nos bons hábitos para conseguir o bicampeonato, com o mote "mente sã, corpo são". Já a Nenê de Vila Matilde e Império de Casa Verde convidam a comemorar os aniversários das agremiações. A Nenê celebra os 60 anos, e a Império, 15.
Desfiles
A ordem dos desfiles também já está definida. Quem abre a série de desfiles é a Unidos do Peruche. A atual campeã Vai-Vai entrará na avenida já sob a luz do dia, é a penúltima escola do sábado. A segunda melhor colocada de 2008, Mocidade Alegre, também desfila no sábado e é a terceira a se apresentar.
Na sexta-feira, desfilam, por ordem de apresentação, Unidos do Peruche, Rosas de Ouro, Unidos de Vila Maria, Tom Maior, Mancha Verde, X-9 Paulistana e Nenê de Vila Matilde.
No sábado, a seqüência é: Leandro de Itaquera, Pérola Negra, Mocidade Alegre, Acadêmicos do Tucuruvi, Gaviões da Fiel, Vai-Vai e Império de Casa Verde.
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