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Aos 83 anos, o mexicano Carlos Fuentes ainda era um ativo escritor que fazia planos para novos romances quando foi surpreendido, na madrugada de 15 de maio passado, por uma hemorragia que o colocaria em estado de choque. E o mundo seria surpreendido, horas depois, com a notícia da morte de um dos principais autores do século 20. Nesta quinta-feira, às vésperas do primeiro aniversário de sua morte, Fuentes será lembrado em debate no Instituto Cervantes, em São Paulo.

Para conversar sobre o escritor nascido na Cidade do Panamá - seus pais eram diplomáticos -, foram convidados Pedro Benítez Pérez, diretor do Instituto Cervantes de São Paulo; José Gerardo Traslosheros Hernández, cônsul-geral do México em São Paulo; Celso Lafer, economista e membro da Academia Brasileira de Letras; Danubio Torres Fierro, responsável pela operação da Fondo de Cultura Económica no país, e Ubiratan Brasil, editor do Caderno 2. O encontro tem apoio do jornal O Estado de S. Paulo.

Vencedor dos mais importantes prêmios literários de língua espanhola, como o Cervantes, em 1987, e o Príncipe de Astúrias, em 1994, Carlos Fuentes não estava apenas no rol dos melhores escritores de seu tempo. Até o último momento, não deixou de acompanhar os passos da política internacional e a realidade social da América Latina e do mundo. Seu último artigo, publicado no dia em que morreu no periódico mexicano "Reforma", saudava a volta de um socialista ao poder na França.

A identidade mexicana e também a latino-americana sempre estiveram presentes em sua obra. Foram quase seis décadas de uma vasta produção - em seu catálogo particular estão mais de 50 livros, entre romances, contos, peças de teatro e ensaios, especialmente sobre política e cultura.

"Carlos Fuentes foi um dos escritores que mais fecundaram o que se chamou de boom latino-americano e um intelectual muito comprometido com sua época", diz o uruguaio Danubio Fierro, que o entrevistou em algumas ocasiões. Essas entrevistas foram publicadas em veículos como "La Nación", de Buenos Aires, e "Vuelta" (1976-1998), revista mexicana criada e comandada por Octavio Paz e cuja sucursal argentina era dirigida por Fierro.

A última visita do escritor ao Brasil foi em novembro de 2011. Convidado para falar a funcionários de uma empresa, ele se encontrou com o jornalista Ubiratan Brasil no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, durante sua breve estadia no País. Brasil acompanhou sua produção mais de perto nos últimos dez anos, quando o entrevistou pelo menos cinco vezes para o Caderno 2, e falará sobre essas entrevistas no encontro desta quinta.

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