A Bienal do Livro é um daqueles raros momentos em que um escritor pode realmente se sentir um ídolo popular. Veja-se o caso de Colleen Hoover. A escritora americana de 35 anos foi recebida como um astro da música ou do cinema ao chegar ao evento literário no Rio nesta manhã de domingo (6).
A plateia, predominantemente formada por garotas, urrou e aplaudiu muito quando a autora subiu ao palco do auditório Conexão Jovem.
Hoover ouviu diversos “eu te amo” e declarações de como mudou a vida dos leitores com suas histórias. Algumas adolescentes exibiam orgulhosas os nomes de personagens de seus livros tatuados nos braços e nos punhos.
Hoover é autora de sucessos como “Métrica”, “Essa Garota”, “Um Caso Perdido” e “Sem Esperança”, todos publicados no Brasil pela Galera Record, o selo juvenil da editora. São romances protagonizados por adolescentes às voltas com o primeiro amor, o amadurecimento e crises na família.
“Quando escrevo, minha meta é apenas fazer algo divertido para os leitores. Não tenho a intenção de passar nenhuma lição”, comentou a escritora. “Se algo puder servir de exemplo, ótimo. Mas minha ideia é apenas fazer os leitores se divertirem um pouco e chorarem.”
Hoover vem sendo bem-sucedida nos dois objetivos. Quando a plateia foi convidada a fazer perguntas, duas adolescentes choraram tanto que mal conseguiram formular alguma questão.
Outras demonstravam saber tantos detalhes dos livros que a própria Hoover por vezes parecia surpresa com o entusiasmo e carinho das fãs.
“Isso é uma loucura. Não vou conseguir assimilar até voltar ao quarto de hotel e começar a chorar. Fico muito agradecida a vocês”, disse, sob fortes aplausos.
“Até começar a escrever, há quatro anos, eu nunca havia saído de minha cidade no Texas, nunca havia viajado de avião. Então tudo é muito surreal e incrível para mim.”
Hoover já levou muitas leitoras às lágrimas, mas contou que ela mesma raramente chora ao ler um livro.
“Não sou uma pessoa emotiva. Meu marido e minha irmã até estranham como posso escrever coisas tão emotivas sendo uma pessoa tão fria. Acho que isso acaba tornando mais fácil para mim observar e descrever o sentimento de outras pessoas.”