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Quintal da casa: shows, exposições, instalações e reuniões diversas . | Divulgação
Quintal da casa: shows, exposições, instalações e reuniões diversas .| Foto: Divulgação

Você pode tomar um sol. Ver um show. Ficar quieto e refletir. Jogar um jogo. Tirar uma pira. Ver umas obras maneiras. Tomar um chazinho. Ou um café com leite vegano. Isso numa casa de sete cômodos e um quintal, no miolo do centro histórico de Curitiba. Prestes a completar um ano, a residência fixa do projeto Wake Up Colab, e tudo o que acontece lá dentro, é o exemplo acabado dessa onda urbana sustentável, que cada vez mais deixa de ser “alternativa” e “descolada” para se tornar essencial.

A ideia surgiu há cinco anos. Mau Schramm e Amanda Sato estavam passando por um momento de reflexão. Se perguntando “como estavam se dando as relações entre as pessoas.” Viram que não andava lá muito boa. Resolveram, então, juntar um punhado de contracultura, misturar à alma punk do “faça você mesmo”, e acrescentar pitadas de meditação e independência, no sentido mais profundo do termo. Parece o conto da carochinha ou idealismo barato, mas deu certo.

Projetos

De bazar a feira de produtos orgânicos. Veja alguns projetos idealizados pelo Wake Up Colab e outros parceiros

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De feira de orgânicos com produtores locais a pequenos festivais de música (a banda mineira Lupe de Lupe toca lá no próximo dia 25), há eventos todos os dias. Curso de design em permacultura, videotecagem, fotografia cinematográfica, exposições, instalações, experiências gastronômicas e coworking (uma mesa e um café para trabalhos “de verdade”, que exigem laptop e internet).

Aniversário

Música, fotos e ocupação. Confira a programação do dia 19 de julho na Wake Up Colab. Os ingressos custam R$ 15

DJ set

WKP

Radio Kombi

Web Mota

Jardim Vinílico

Live set

Caosmic

Bandas

Samuríndios

Trombone de Frutas

Ocupação

Meia-Vida/Depósitos Noturnos

Fotos

Gabriela Moreno

“É um laboratório colaborativo de artes cambiantes”, define a designer Amanda Sato, a Dika. A Wake Up faz conexões nacionais e internacionais com colaboradores diferentes que pensam da mesma forma, como se estendesse uma rede de relacionamentos que buscam mais a troca do que os negócios. “Não queremos bater de frente com o que está aí. Não obrigamos ninguém a nada, e gostamos de falar sobre soluções, e não sobre problemas”, diz Dika. Ela avisa: “Algumas pessoas ainda não estão acostumadas a esses conceitos, mas coisa está mudando.” A força está nos detalhes. A água, por exemplo. Você pode beber do filtro à vontade, sem pagar um tostão. A caneca para o chope artesanal, que estampa um simpático porquinho pedindo para não ser comido, é de alumínio (não há copos de plástico) e você tem a opção de comprá-la e trazer consigo no próximo evento. “Ninguém é obrigado a consumir nada. São pequenos gestos para dar esse exemplo”, afirma Mau, que (ironia) é publicitária.

A casa é alugada e “tem um custo bem alto.” Para mantê-la, há os festivais de música (a maior parte da renda vai para as bandas) e também festas em espaços desocupados do centro histórico. “Acontecem em casas abandonadas que não tem serventia hoje”, conta Dika. Para fazer sair do papel, a dupla busca parceria com “outros núcleos” de artistas e interessados que “tentam emanar a mesma coisa.”

Onde fica

Wake Up Colab

R. Portugal, 54, São Francisco.

Os vizinhos reclamaram uma única vez, logo na inauguração, quando mais de 400 pessoas invadiram a pequena Rua Portugal. Mas ficou por isso. Em dia de evento, o Wake Up Colab funciona até meia-noite, nem mais nem menos.

Sabe-se que Curitiba não é brincadeira quando o assunto é agitação cultural. Mas elas seguem, firmes, fortes e alternativas. “Arriscamos sempre. Não sabemos se vai dar certo, se alguns eventos terão retorno financeiro, se a polícia vai chegar por causa do barulho. Mas é uma coisa nossa. É o que a gente faz para ser feliz. Jamais trabalharia num escritório”, diz Dika. Mau faz coro.

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