Mataram Meu Irmão traz um relato sensível sobre um assassinato na periferia de São Paulo| Foto: Divulgação

Programe-se

Veja alguns destaques do festival Olhar de Cinema:

Abertura

• Aguirre – A Cólera dos Deuses, de Werner Herzog (1976). Dia 6, às 19h30, no Espaço Itaú.

Competitiva Internacional (longa-metragens)

• Leviathan, de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel (2012). Dias 11, às 22h, e 12, às 17h30, no Espaço Itaú.

Competitiva Olhares Brasil (longa-metragens)

• A Floresta de Jonathan, de Sergio Andrade (2012). Dias 11, às 21h30, e 12, às 21h45, no Espaço Itaú.

Foco Alemanha

• Berlim – Sinfonia da Metrópole, Walter Ruttmann (1927). Dias 11, às 15h45, na Cinemateca, e 12, às 17h15, no Espaço Itaú.

Olhar Retrospectivo

• O Império do Prazer, de Carlos Reichenbach (1980). Dias 8, às 14h15, e 9, às 20h30, na Cinemateca.

Outros Olhares

• Tomorrow, do russo Andrey Gryazev (2012). Dias 7, às 14 horas, e 12, às 19 horas, no Espaço Itaú.

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Serviço

Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba

De 6 a 14 de junho, no Espaço Itaú de Cinema (R. Comendador Araújo, 731) e na Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.174 – São Francisco). R$ 5, R$ 2,50 (meia-entrada) e R$ 1 (para as mostras de curta-metragem), à venda nos locais de exibição. Mais informações em www.olhardecinema.com.br.

Em seu segundo ano de vida, o festival internacional Olhar de Cinema começa na próxima quinta-feira, no Espaço Itaú e na Cinemateca, para preencher a carência curitibana por filmes independentes do mundo todo. Para garantir a entrada, é bom comprar o ingresso antecipadamente (veja no serviço).

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O evento não tem nada de low-profile, com quase cem títulos em exibição durante nove dias, uma mostra competitiva que entregará 18 prêmios e vídeos-arte que ocuparão a torre do Museu Oscar Niemeyer durante três semanas.

Na categoria nacional, filmes brasileiros apresentam retratos diversificados do país. Mataram Meu Irmão, de Cristiano Burlan, parte de um relato sensível sobre um assassinato na periferia de São Paulo, para questionar a forma como o país lida com o problema das drogas e a criminalidade. "Mostra como encarar essa questão social e a colocar certezas em dúvidas", conta o diretor artístico do festival, Antônio Júnior. O filme venceu o 18.º Festival É Tudo Verdade, em abril, como melhor documentário brasileiro.

Distante milhares de quilômetros, A Floresta de Jonathan fala de um Brasil em contato com a natureza, mas onde os questionamentos e descobertas são tão intensos quanto nas metrópoles. "O filme traz uma proposta muito consciente de linguagem e se apropria do ambiente onde está", diz Antônio sobre o longa-metragem que se passa em Manaus e imediações.

Entre os internacionais, os destaques são o terror mexicano Halley e Leviathan, que aborda a pesca comercial.

Além da parte competitiva, outras seis mostras fazem um apanhado generoso do cinema experimental feito atualmente. "Novos Olhares" apresenta cinco longas-metragens de diretores estreantes, todos internacionais e que concorrem a um prêmio especial.

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"Outros Olhares" traz dez filmes mais abrangentes, que destacam a pluralidade de linguagens e temáticas.

"Multiolhares" abre espaço para as vídeo-instalações, com abertura dia 11 às 19 horas. As produções audiovisuais serão apresentadas na torre do MON, onde ficarão por uma temporada que irá além do festival. Outros filmes dessa mostra serão projetados no Espaço Itaú e na Cinemateca.

"Foco Alemanha" pega carona no Ano da Alemanha no Brasil e, com apoio do Instituto Goethe, apresenta nove longas que retratam a capital alemã antes, durante e depois do muro, desde Berlim – Sinfonia de uma Metrópole, de Walter Ruttmann, situado no final dos anos 1920, até In the Shadows (Thomas Arslan, 2010), passando por Asas do Desejo, de Wim Wenders.

"Mirada Paranaense" abre espaço para cinco curtas do estado, que concorrem a um prêmio da RPC TV.

Memória

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A mostra "Olhar Retros­­pectivo" traz oito longas de Carlos Reichenbach, cineasta morto em 2012 que integrou a geração conhecida pelas produções da Boca do Lixo, região de São Paulo de onde saíram filmes eróticos nos anos 1970.

"O Carlos percebeu que os produtores desses filmes, às vezes, nem apareciam no set, e inseriu filmes extremamente políticos que parecem falar da revolução sexual, mas falam de liberdade, e nunca eram censurados", conta Marcelo Lyra, bió­­grafo do cineasta. Os títulos escolhidos para o festival, que cobrem mais da metade da obra do artista, foram considerados por Lyra muito representativos do trabalho de Reichenbach.