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Klaus Kinski na pele de Aguirre, que enlouquece na selva | Divulgação
Klaus Kinski na pele de Aguirre, que enlouquece na selva| Foto: Divulgação

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Aguirre – A Cólera dos Deuses

Espaço Itaú de Cinema (R. Comendador Araújo, 731). Hoje, às 19h30. Retirada de ingressos gratuitos a partir das 14 horas.

Olhar de Cinema

Espaço Itaú de Cinema e Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.174). R$ 5 e R$ 2,50 (meia-entrada) e R$ 1 (curtas). Até 14 de junho.

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Veja a programação completa do Festival Olhar de Cinema no Guia Gazeta do Povo

  • Cena em que o brasileiro Nelson Moraes aparece, acima, à direita

O épico que abre o Olhar de Cinema hoje à noite, Aguirre, a Cólera dos Deuses (1972), acaba sendo um precursor da abordagem de questões sociais de muitos dos longas e curtas-metragens que integram o festival curitibano, que vai exibir quase cem filmes até o próximo dia 14, em mostras competitivas e paralelas.

A sessão de abertura poderá ser assistida gratuitamente por cerca de 400 pessoas em três salas do Espaço Itaú, às 19h30. Os ingressos serão distribuídos a partir das 14 horas na bilheteria do cinema, localizado no Shopping Crystal.

O longa de Werner Herzog retrata de forma experimental, não histórica, uma expedição ocorrida no século 16 em busca da mítica El Dorado, cidade toda feita de ouro, escondida nas florestas da América do Sul. Enlouquecendo durante as cinco semanas da viagem, relatadas no diário do padre que acompanha o trajeto por montanha, floresta (Amazônia peruana) e um afluente do Rio Amazonas, o comandante Don Lope de Aguirre (Klaus Kinski) toma o poder e leva todo o grupo a uma aventura rumo à morte, após dias de grande opressão.

Como acontece no filme seguinte do diretor alemão, Fitzcarraldo (também filmado na Amazônia), o foco é a reação do homem diante da imensidão da natureza e sua incapacidade em controlá-la.

"Só consegui conversar com o Klaus Kinski no último dia de produção", relembra Nelson Pires de Moraes Júnior, proprietário de uma agência de turismo em Curitiba, que participou como figurante das filmagens, inclusive com direito a uma fala, que foi dublada para o alemão.

Moraes conta que conheceu Herzog quando morava em Machu Picchu, no Peru, e o cineasta o convidou para a longa jornada selva adentro. Foram quatro meses de trabalho nos quais o empresário, que na época tinha um barco, serviu de ponte entre o diretor e atores, transportou cinegrafistas durante cenas e até atuou. "Que eu me lembre era um conde espanhol [sobre o papel dele na trama]", diz. "Foi ótimo trabalhar com Herzog, era muito profissional", relata, confirmando a versão de que o protagonista, Klaus Kinski, causou muitos problemas por seu temperamento difícil.

O plano de Moraes era participar também da produção de Fitzcarraldo (1982), mas um problema levou a equipe de volta a Los Angeles.

Cópia restaurada

"O filme vai dar, no primeiro dia, um panorama do que o festival virá a ser", promete um dos organizadores do evento, Antônio Júnior. Ele salienta que essa é a primeira vez que a cópia restaurada em DCP 2K (de qualidade maior que o HD) vem ao Brasil.

Curtas

Saiba quais são os cinco curtas-metragens locais que fazem parte da programação do festival. As exibições são no sábado, às 16h45, e no domingo, às 14 horas. Os trabalhos concorrem ao Prêmio RPC de melhor filme paranaense e integram a mostra Mirada Paranaense:

• Alteridade

Direção de João Menna Barreto. O primeiro filme deste estudante de Cine/TV da Faculdade de Artes do Paraná faz um recorte de trechos de vídeos gravados por personagens que desejam se expor via internet, explorando a troca que ocorre entre as pessoas no mundo virtual.

• Bom Dia

Direção de Danilo Daher. Esta estreia tem um caráter social ao discutir as relações de trabalho e retratar um indivíduo deslocado do seu ambiente, enfrentando ainda problemas de saúde ligados ocupacionais.

• Morte de um Igual

Direção de Artur Tuoto. Também uma estreia do premiado videoartista, o curta é o mais experimental, tratando da relação entre a vida e a morte de forma poética, com trechos de áudio de filmes franceses.

• O Castelo

Direção de Rodrigo Grota. Mais uma estreia, o curta desse londrinense é o único filme de suspense na mostra, com elementos de thriller e inspirado livremente em romance de Franz Kafka, com "pitadas" de sangue.

• Vitória

Direção de Eduardo Colgan. Retrata uma adolescente num momento crucial de descoberta em sua vida.

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