A experiência dos últimos 16 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é a principal referência para outras orquestras no país hoje, especialmente para a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP), que está em vias de migrar para o modelo de gestão por organização social (OS), o mesmo utilizado pelos paulistas.
De acordo com o diretor executivo da Osesp, Marcelo Lopes, o modelo foi importante para flexibilizar a gestão da orquestra. "O regime jurídico pela administração direta não permite que se desenvolva uma boa atividade", analisa o diretor, que também é músico da Osesp. "A amarra burocrática não deixava a Osesp dar o passo que deu nos últimos três anos. Músicos tinham contratos precários, não tínhamos ferramentas de gestão para buscar patrocínio, otimizar compras", conta.
Até 2005, quase toda a atividade da orquestra era bancada pelo estado. Hoje, 40% do orçamento da Osesp vem da iniciativa privada. "O estado não diminuiu o aporte. Mas todos os dados de qualidade além da meta mínima são feitos com dinheiro privado", explica Lopes que ressalta: o poder público precisa investir para que esta virada aconteça. "Decisões políticas são fundamentais, isso não tem jeito. A não ser que uma grande empresa da região queira bancar. Mas nunca vi isso acontecer", explica Lopes. "Em 1997, o governo resolveu que queria abraçar um projeto que desse a São Paulo uma orquestra melhor."
Foram anos até elevar o padrão de qualidade e mudar a equação: a orquestra saiu da condição de "pedinte" para uma negociadora. "Se você não é relevante, o patrocinador não vem", diz Lopes. "A Osesp não se coloca na posição de solicitante de recurso porque merece existir. A gente oferece valores para o patrocinador: a orquestra exala confiabilidade, competência, sucesso, governança predicados que são importantes para os patrocinadores."
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