| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Lar

Entenda por que uma orquestra sinfônica precisa de instalações próprias para suas atividades:

Acústica e dimensões

O local deve ter acústica adequada e dimensões suficientes para as diversas formações orquestrais exigidas pelas peças. Para se ter uma ideia da complexidade deste quesito, a Sala São Paulo, sede da Osesp, possui forro móvel para controlar a reverberação.

Agenda autônoma

A orquestra deve ter prioridade para ensaiar e se apresentar nos horários mais convenientes para ela. Hoje, no Guairão, os horários e datas de ensaio, além da agenda das apresentações, são disputados com outros eventos.

Salas de estudo e ensaio

Instrumentos como os metais e percussão precisam de locais próprios e isolados para estudo e ensaio, porque têm volume muito alto.

Locais para guardar instrumentos

Instrumentos como o contrabaixo e os sets de percussão são grandes demais para serem transportados pelos músicos a cada ensaio. Hoje, estes instrumentos frequentemente ficam nas coxias do palco do Guairão, mesmo quando há grandes produções sendo montadas.

Camarins e armários

Além de espaços para os uniformes de gala que usam nas apresentações, os músicos precisam de instalações para guardar instrumentos menores e acessórios.

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Interatividade

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A data da mudança é incerta, mas a nova casa da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) já tem endereço: o prédio do atual Centro de Convenções de Curitiba (CCC), na Rua Barão do Rio Branco, no Centro. O local será fechado a partir de julho de 2014 e deverá ser adaptado para acomodar o grupo. A decisão foi anunciada pelo governo do estado ao conselho administrativo do CCC na semana retrasada e busca resolver antigos problemas gerados pela falta de instalações adequadas para a orquestra no Teatro Guaíra.

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De acordo com informações da Secretaria da Cultura do Paraná (Seec), a ideia é que o espaço seja a "Casa da Orquestra", onde as atividades da OSP terão prioridade absoluta no calendário do palco e espaços adequados para suas particularidades. Se o espaço suportar, há a possibilidade de também sediar a Escola de Balé. Por enquanto, porém, não foram feitos estudos técnicos ou projetos de adequação do local.

"Toda orquestra anseia em ter sua própria sala, sem ter que dividi-la com ninguém. É assim com as grandes orquestras do mundo: suas salas de concerto – suas casas, seus auditórios – são seus símbolos", explica o regente titular da OSP, Osvaldo Ferreira.

O maestro e diretor artístico diz que a mudança seria conveniente tanto para a orquestra quanto para o Centro Cultural Teatro Guaíra, que arrecada uma parte substancial de seu orçamento com o aluguel dos auditórios para shows e formaturas. O calendário de eventos seria uma das limitações à programação da OSP.

"Seria bom para a orquestra, porque ela não ficaria sujeita a ficar nas vagas, buracos, pontos mortos do teatro. Poderia avançar com sua programação nos horários mais nobres", diz Ferreira. "E o fato de ir para uma nova sala não impede nem significa que quando houver óperas ou balés de maior dimensão a orquestra não possa continuar a ter presença assegurada no Guaíra", diz.

Guairão

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Esta é uma das principais ressalvas dos músicos, de acordo com o presidente da Associação dos Músicos da OSP (Amosp), José Dias de Moraes Neto. "Deixamos claro que queremos o palco do Guaíra", diz o músico, que é clarinetista da orquestra. "O Centro de Convenções seria mais uma sala de ensaio", defende Neto, para quem o novo endereço teria uma série de desvantagens em relação ao Guairão. "Dependeria de uma reurbanização da área, que seria bom que acontecesse. Mas é difícil de acreditar que a OSP possa ser o motor disso."

Para o músico Marco Xavier, primeiro trompetista da OSP, um espaço exclusivo para ensaios da orquestra é, de fato, uma demanda. Ele e os outros instrumentistas de metais – junto com os percussionistas, os mais barulhentos em momentos de estudo ou ensaio –, chegaram a desistir de fazer ensaios de naipe, que são uma prática comum das orquestras, por falta de espaço. "Dependendo de como for, teremos os mesmos problemas no novo local", diz. "Mas, se houver estrutura, a nova sede também dará uma identidade para a orquestra. As pessoas podem ir até ele sabendo que vão encontrar os músicos. Isso permitiria novos projetos envolvendo a orquestra, através dos quais poderíamos, inclusive, dar um retorno maior para a sociedade", defende.