Esqueça os flashes dos fotógrafos e o burburinho das modelos nos camarins. A moda brasileira deita no divã esta semana para ser analisada ponta a ponta, por especialistas do mercado local e internacional, em dois dias de palestras nesta terça e quarta-feira, em São Paulo.
Fashion Marketing - Seminário Internacional de Marketing de Moda quer desvendar os mistérios de um setor que, apesar do estardalhaço que causa na mídia, especialmente nas temporadas de desfiles, vende e exporta muito menos do que faz parecer, afirma Gloria Kalil, organizadora do evento.
- A indústria da moda no Brasil ainda não tem a cultura necessária para entrar no difícil jogo da globalização - escreveu Kalil em um editorial de seu site.
- Quais nossas deficiências? O que temos a oferecer? Que contribuição o estilo brasileiro pode trazer para a moda internacional? Existe uma identidade nacional para formar a marca Brasil? - pergunta a editora.
Segundo os organizadores do evento, nos três primeiros meses deste ano, as importações do setor de vestuário passaram em 22 milhões de dólares as exportações, prevendo um final de ano sombrio.
Em 2005, as exportações caíram de 340 milhões de dólares, em 2004, para 336 milhões de dólares. As importações subiram 53 por cento, de 148 milhões para 227 milhões de dólares, mantendo, apesar de tudo, um superávit na balança.
Para dar alguns diagnósticos foram convocados nomes da moda internacional, como Didier Grumbach, presidente da Federação Francesa da Costura, que abre a primeira palestra explicando o business da moda internacional e as etapas que o Brasil tem que percorrer para participar deste mercado.
Outros convidados de fora são Sarah, diretora da loja francesa Colette, o famoso designer norte-americano Karim Rashid, e Antonio Camusas, assessor da presidência da marca espanhola Zara.
No time brasileiro, estão alguns empresários que conseguiram consolidar seu nome no exterior, como Ângela Hirata e Rui Porto (da Alpargatas/Havaianas), Carlos Miele (dono da grife de mesmo nome) e Roberto Stern (da joalheria H.Stern).
Participam como moderadores ou debatedores figuras conhecidas do setor e do público, como Paulo Borges, diretor da São Paulo Fashion Week, Amir Slama, da Rosa Chá, e editoras de moda como Costanza Pascolato, Lilian Pace e Regina Guerreiro.
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