Espetáculos notáveis dão impulso à 33ª Oficina

Na próxima quinta-feira (8) começa a Oficina de Música de Curitiba. A vocação do evento, que chega à 33.ª edição, é o aperfeiçoamento dos estudantes de música – quem está estudando a sério e têm pretensões de seguir carreira no mundo erudito ou popular. Mas esses 21 dias de formação também oferecem uma imersão mesmo para quem nunca tocou um instrumento na vida, pois se desdobra em um festival com músicos prestigiados internacionalmente em mais de 50 apresentações abertas ao público.

A programação artística completa está disponível no site do evento (www.oficinademusica.org.br) e tem atrações bem diversificadas – de concerto de música contemporânea, na fase erudita, até baile de lambada na etapa popular. A Gazeta do Povo selecionou aqui nove atrações (entre tantas) que merecem sua atenção.

Encerramento tem tom triunfal

Tradicionalmente, a apresentação que reúne mais músicos na Oficina, o concerto de encerramento inclui praticamente todos os alunos da fase erudita, chegando a quase 300 pessoas no palco, divididas entre orquestra e coro.

O encerramento deste ano acontece no Guairão, no dia 17. Sob regência de Cláudio Cruz, a Orquestra Sinfônica da Oficina de Música vai tocar o Concerto Para Orquestra e Violoncelo em Mi Menor, de Edward Elgar (1857-1934). Obra fundamental do repertório de violoncelo que já foi gravada por alguns dos maiores nomes do instrumento, a execução contará com solo de Antonio Meneses.

Com o Coro da Oficina, novamente organizado e preparado pelas maestrinas Mara Campos e Lúcia Passos, e com a soprano Daniella Carvalho, os músicos apresentam partes da suíte sinfônica A Floresta do Amazonas, de Heitor Villa-Lobos.

O peso e a grandiosidade da formação, assim como o clima de fim de curso e de "dever cumprido" para os estudantes da Oficina que participam do espetáculo dão um tom triunfal ao evento.

Quarteto Carlos Gomes toca com nomes ilustres

Considerado um dos principais grupos de câmara atuantes no Brasil hoje, o Quarteto Carlos Gomes, integrado pelo maestro, violinista e diretor artístico da Oficina de Música de Curitiba Cláudio Cruz e pelos músicos Adonhiran Reis (violino), Gabriel Marin (viola) e Alceu Reis (violoncelo), une-se ao violoncelista brasileiro Antonio Meneses – um dos mais respeitados do mundo em seu instrumento – e a famosa violista norte-americana Jennifer Stumm em uma apresentação no dia 15, no Guairão.

O programa terá o Quinteto para Cordas Nº 4 – uma das peças de Mozart escritas para a formação de quarteto de cordas com uma viola extra – e o Quinteto para Cordas, de Schubert.

O grupo de Cruz será uma espécie de quarteto residente da Oficina de Música de Curitiba. Além de seus integrantes serem professores no festival, o Quarteto Carlos Gomes vai se apresentar junto com alunos no dia 14, na Capela Santa Maria.

Orquestra à Base de Sopro recebe Gismonti

O show de abertura da fase de música popular brasileira da Oficina une pratas da casa a um nome com prestígio que se estende também ao mundo erudito: o multi-instrumentista Egberto Gismonti, convidado da Orquestra À Base de Sopro (OABS) – um dos grupos do Conservatório de MPB de Curitiba.

Integrantes da OABS como o diretor artístico e clarinetista Sérgio Albach e os saxofonistas Gabriel Schwartz e Sérgio Freire adaptaram obras de Gismonti à formação do grupo.

Entre as composições de Gismonti escolhidas para a apresentação estão "Palhaço" e "Tá Boa Santa?", do LP Circense, de 1980, e "Forró" (Música de Sobrevivência, 1993).

Com uma obra sofisticada que remonta ao fim da década de 1960, Gismonti é considerado um dos maiores músicos brasileiros.

O compositor cria sua obra singular misturando elementos da música clássica, folclórica, jazz e até música indígena, resultando em um trabalho de difícil classificação.