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Depois da ótima recepção do terror tailandês "Espíritos – a morte está ao seu lado", de 2004, recordista de bilheteria em sua terra natal e sucesso surpreendente no Ocidente, a expectativa para uma seqüência era grande. "Espíritos 2 – você nunca está sozinho", que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (24), não é propriamente uma continuação, mas segue o mesmo modelo de trama original, com menos imaginação mas igual qualidade técnica.

A dupla de diretores e roteiristas Parkpoom Wongpoom and Banjong Pisanthanakun criou novos personagens para serem assombrados por almas penadas em busca de vingança. Como no primeiro filme, a trama se desenrola numa sucessão de sustos e imagens arrepiantes que aumentam progressivamente a tensão. E é aí que o novo longa mostra por que está à frente da média dos terrores de Hollywood,

Aqui, a bela Pim (vivida pela pop star local Masha Vadhanapanich), começa a ver o fantasma de sua irmã siamesa, que morreu anos atrás, na mansão da família. A gêmea morta começa a aterrorizar a irmã sobrevivente e cobra a união entre as duas, tão prometida na infância.

Mas a genialidade da dupla tailandesa não está na criatividade do argumento, que pode até soar um tanto batido e previsível. Entretanto, Wongpoom e Pisanthanakun são mestres em manipular o medo do espectador, de forma que o público pula da cadeira até mesmo quando a tragédia já é anunciada.

Essa magia do terror, que tanto encanta os fãs do gênero, é dificilmente encontrada em Hollywood nos dias de hoje, ao menos em sua forma pura. Os thrillers americanos recentes poderiam ser divididos em três grandes grupos: os sádicos como "O albergue" e "Jogos mortais), os cômicos, que provocam mais gargalhadas do que medo (como o patético "Olhos famintos"), e por fim os remakes (como "A morte pede carona", "O grito" e "O chamado", que se aproveitam da criatividade de cineastas orientais).

Este último parece ser o futuro de "Espíritos 2", um provável remake Hollywoodiano, como o longa original, cuja versão americana já está a caminho. O segredo do sucesso da dupla de diretores tailandeses não está em inovar os filmes de terror, mas em criar novas histórias que mantenham vivo o espírito do gênero e provoquem arrepios verdadeiros. Um segredo que Hollywood parece ter esquecido e por isso precisa copiar.

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