No primeiro romance do jornalista e escritor Guilherme Fiuza, a política não podia ficar de fora. Tema de suas colunas e artigos publicados na revista “Época” e no jornal O Globo, ela é o cenário onde se desenvolve a ação de “O Império do oprimido” (Planeta).
O Império do oprimido
A história começa com a ascensão de um governo popular, que ganha as eleições prometendo acabar com a opressão de ricos contra pobres. Contudo, uma vez no poder, os novos ocupantes do palácio e dos gabinetes presidenciais vão revelando seus objetivos pouco republicanos.
“A política, para mim, é o contexto do livro. O que eu gosto mesmo é da história original que criei. O livro tem bastante paródia da realidade brasileira recente. Muitos personagens do romance são referências a pessoas reais, são fusões de algumas pessoas. Mas não faço questão que reconheçam fulano ou beltrano da vida política brasileira”.
O projeto do livro surgiu há três anos, de um convite da Editora Planeta para que o jornalista escrevesse um romance inspirado na realidade brasileira. No entanto, a história só começou a sair do papel em novembro do ano passado.
Fiuza mantém o hábito de roteirizar e fazer a “escaleta” – a descrição das cenas, muito utilizada na tevê e no cinema – de todos os seus livros antes de começar a escrevê-los propriamente.
Cinema e tevê
A partir de janeiro, foram cinco meses de trabalho intenso. Assim como outros sucessos do jornalista, como “Meu nome não é Johnny” e “3.000 dias no bunker”, o livro já está vendido para cinema e tevê. A negociação ocorreu antes mesmo do lançamento.
Ao comparar as suas vidas de cronista político e escritor, o jornalista conta que o romance é a sua “vida boa”, enquanto as colunas são sua “vida dura”.
O livro tem bastante paródia da realidade brasileira recente. Muitos personagens do romance são referências a pessoas reais, são fusões de algumas pessoas. Mas não faço questão que reconheçam fulano ou beltrano da vida política brasileira.
“O autor das crônicas não tem nada a ver com o autor dos livros. As crônicas têm um autor irritado, impaciente com a realidade, contundente, um pouco mal-humorado com posturas que acho muito óbvias, que escreve com inconformismo. O autor dos livros é sempre muito mais doce. A realidade é muito aborrecida, mesquinha, um universo muito mais pobre do que o do romance”.
Ao longo da conversa, o autor deixa claro que sua paixão em “O império do oprimido” são os seus personagens. A condutora da trama é Luana Maxwell. Filha de um magnata do ramo hoteleiro, a jovem idealista fica extasiada com a vitória do primeiro governo de esquerda e abandona o conforto da casa dos pais para trabalhar em uma ONG.
A organização, comandada por um professor de Luana, crescerá no novo governo graças à habilidade do operador Marivaldo Valadares. Fiuza destaca a humanidade do personagem.
“O Marivaldo é um nerd, feio e muito tímido que se transforma em um homem muito poderoso. A gana de poder dele provém de uma frustração, um recalque. Na história, vai aflorando um lado quase monstruoso dele, da sua ambição. Ele quer ficar rico para esfregar na cara dos seus antigos colegas de escola”.
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