Garcia-Roza conquistou um prêmio Jabuti com seu romance de estreia, O Silêncio da Chuva, de 1997| Foto: Bel Pedrosa/Divulgação

O universo da leitura é algo muito presente na obra do escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza. Autor de nove livros policiais ambientados na cidade do Rio de Janeiro, o carioca é o criador do detetive Espinosa, leitor costumaz e frequentador de sebos. Ao contrário de seu personagem, Garcia-Roza tem o hábito de comprar livros.

CARREGANDO :)

"Nunca tive uma biblioteca pública aconchegante perto de casa, então acabei montando a minha biblioteca particular", conta. O autor participa hoje do projeto Um Escritor na Biblioteca, que acontece a partir das 19 horas na Biblioteca Pública do Paraná (BPP).

Professor e autor de livros nas áreas de filosofia e psicanálise, Garcia-Roza diz que, além desses campos de conhecimento, tem uma predileção grande pela literatura ficcional e, mais paricularmente, pelo romance policial. Raymond Chandler, Patricia Highsmith e Cornell Woolrich são algumas referências para Garcia-Roza no gênero que o consagrou no Brasil – seu romance de estreia, O Silêncio da Chuva, ganhou o Prêmio Jabuti em 1997. "Comecei a me interessar por literatura policial no final da minha adolescência, ao mesmo tempo em que lia nomes como Faulkner, Dostoievski, Herman Melville e Joseph Conrad", comenta, ao tratar de alguns de seus autores favoritos.

Publicidade

Residente do bairro de Copacabana – onde se ambientam seus livros – Garcia-Roza escreve longe de casa, em um escritório no centro da cidade. Lá, ele conta, tem uma segunda biblioteca, especificamente montada para seu ofício de ficcionista, divididos entre romances policiais, livros de filosofia e de psicanálise. Os livros são acumulados em uma estante, diferentemente de seu personagem, que tem o hobby de empilhar sua coleção junto a uma parede, no que o autor chama de estante-sem-estante. A inspiração para essa construção pouco convencional veio de uma experiência pessoal: "Foi algo que deu certo durante um tempo da minha vida. Eu era jovem e tinha mudado de casa, comecei a empilhá-los junto a uma parede, colocando uma fileira em pé e outra em cima, de livros deitados. Claro que não era algo muito seguro nem estável", brinca.

Serviço

Um Escritor na Biblioteca – Luiz Alfredo Garcia-Roza. Auditório Paul Garfunkel – Biblioteca Pública do Paraná (R. Cândido Lopes, 133), (41 3221-4900). Dia 24, às 19 horas. Entrada franca.