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A noite desta quinta-feira foi de gala no Cine Crystal em Curitiba. A pré-estréia do filme nacional "Cafundó" contou com a presença do diretor e ator Paulo Betti, da atriz Leona Cavalli e outros vários atores que participaram da filmagem, de um grupo de congada da Lapa e da Banda Lyra. Isso tudo junto, antes, durante e depois do filme ser mostrado pela primeira vez para os curitibanos.

O público lotou a sala do cinema e algumas pessoas tiveram que assistir ao filme em pé ou sentados no chão encarpetado. Porém, o "sacrifício" valeu a pena. "Cafundó", que teve filmagens nas cidades paranaenses da Lapa, Ponta Grossa, Paranaguá e Curitiba, mostra a qualidade ascendente das produções nacionais.

Crenças, fé, religião e loucura norteiam o roteiro do filme, que tem Lázaro Ramos no papel principal. A história conta a trajetória da lenda brasileira de João de Camargo o "Preto Velho". Não foi à toa que o filme foi premiado com quatro Kikitos de Ouro no Festival de Gramado, nas categorias Melhor Ator (Lázaro Ramos), Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Prêmio Especial do Júri.

A aura do filme começou antes mesmo que o público curitibano visse a primeira cena. Os atores e o diretor Paulo Betti explicaram um pouco da história e agradeceram os apoios que receberam para a realização da obra. Uma vela acessa no chão, na frente da primeira fila, marcou toda a apresentação do filme.

"Fazer cinema no Brasil e ter o filme exibido em salas comerciais como esta, só com vela acesa", afirmou Paulo Betti. O ar condicionado teimava em apagar a vela, mas a "fé" do cinema nacional permitiu que ela queimasse até o fim. O grupo de congada da Lapa, que participa do filme em uma cena, fez uma apresentação ao vivo antes de começar a estréia. Vestidos a caráter, aumentaram o clima de teatro dentro do cinema.

Depois da apresentação dos lapeanos e mais agradecimentos, começou a estréia de "Cafundó". Na primeira fila, últimos dois lugares disponíveis cinco minutos antes de começar o filme, tive uma certa vertigem com os movimentos rápidos de câmera nas primeiras cenas. As cinco esfihas matadas na cadeira do cinema, enquanto Paulo Betti falava sobre o prazer e as dificuldades de fazer filmes do Brasil e de como surgiu a idéia de filmar "Cafundó", também aumentaram a sensação de estranheza.

A rapidez ficou nas primeiras cenas, depois o filme corre tranqüilo e reflexivo. Lázaro Ramos confirma porque é um dos grandes atores nacionais no momento e o roteiro envolve, embora ocorram algumas passagens e cortes mal explicados. O público ainda teve uma surpresa quase no final do filme. A Banda Lyra de metais entrou na sala e executou a música que estava na tela. Após o término do filme, a banda retornou e tocou mais três músicas.

"Cafundó" de Paulo Betti e Clóvis Bueno é uma boa pedida para quem quer conhecer mais sobre as raízes da cultura brasileira. Para os paranaenses é a oportunidade de ver suas paisagens na tela.

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