Programe-se
Concerto de Câmara com Egidius Streiff (violino solo), Luiz Guilherme Pozzi (piano) e Quarteto de Cordas. Capela Santa Maria Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. Dias 23 e 24, às 20 horas. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).
O violinista suíço Egidius Streiff e o pianista paranaense Luiz Guilherme Pozzi fazem hoje, na Capela Santa Maria, a estreia do Concerto para Violino N.º 3, de Harry Crowl, com um quarteto de cordas formado por Rafael Stefanichen Ferronato (violino), Atli Ellendersen (violino), Leila Tascheck (viola) e Faisal Hussein (violoncelo).
A peça usa a incomum instrumentação do Concerto para Piano, Violino e Quarteto de Cordas em Ré Maior, do francês Ernest Chausson (1855-1899), também no programa. A apresentação também acontece amanhã.
"Sempre achei esse concerto muito bem-feito e que funciona muito bem como obra de câmara. E me chamava atenção ninguém ter escrito para essa formação violino, piano e quarteto de cordas. Gosto de explorar essas formações pouco usuais. É uma ideia minha há anos fazer um concerto assim", explica Crowl. "Nesta formação, a riqueza de timbres é enorme", diz.
A peça é o terceiro concerto do premiado compositor e musicólogo mineiro radicado em Curitiba para o violino, depois de Concerto para Violino, 12 Instrumentistas e Soprano, de 1988, e do Concerto N.º 2 para Violino e Orquestra, estreada por Streiff e a Orquestra Sinfônica do Paraná em setembro de 2012.
Peculiaridades
Conforme explica Luiz Guilherme Pozzi, ao fazer o papel da orquestra na obra de câmara, o quarteto de cordas tem uma relação de mais entrosamento e menos "disputa" com o solista. "A linguagem normal de concerto para solistas e orquestras tem uma característica de mais virtuosismo e volume de som por parte da orquestra", explica o pianista. "Não tem aquela briga entre os instrumentos e a orquestra. Fica mais solto", diz.
Um exemplo é a própria peça de Chausson uma das mais representativas do compositor francês, cuja obra incorpora o fim do Romantismo e o início do Impressionismo. "O quarteto faz justamente esse tecido sonoro, que ora é pano de fundo, ora vem para o primeiro plano. Mas a parte dos solistas é muito difícil, facilmente comparável a concertos com orquestra", descreve.
Criada mais de 120 anos depois, a peça de Crowl aponta para outras possibilidades e exige ainda mais dos instrumentistas. "Os instrumentos avançam muito do ponto de vista técnico", explica o compositor e musicólogo, que também atuou como produtor e diretor artístico neste concerto para o qual buscou músicos que já têm experiências em obras de sua autoria.
"As duas peças soam completamente diferentes. Só aproveitei mesmo o instrumental", explica. "É um contraste enorme."
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