O ex-baixista da banda Legião Urbana Renato Rocha, 53, conhecido como Negrete, foi encontrado morto na manhã deste domingo (22) em um hotel próximo à praia da Enseada, no Guarujá.
A informação foi confirmada pela polícia e pela página oficial que parentes de Rocha mantêm no Facebook. O ex-baixista foi encontrado sentado, encostado à porta, sem sinais de violência ou vestígios de drogas. A causa mais provável, segundo a página, é parada cardíaca.
“Segundo informações de seu irmão, dr. Roberto da Silva Rocha, a governanta que cuida de Renato Rocha foi ao quarto, chamou e ele não atendeu. Abriram a porta e ele estava caído. A polícia fez vistoria e não tinha sinais de violência nem drogas, foi ataque cardíaco”, diz trecho da mensagem publicada por volta das 13h deste domingo na página de Rocha.
O corpo de Rocha foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) no início da tarde, onde passará por exames.
Negrete foi baixista da banda por 4 dos 13 anos de existência do grupo e colaborou com os três primeiros álbuns do grupo: “Legião Urbana” (1985), “Dois” (1986) e “Que País É Esse? (1987). Também participou da composições de canções como “Ainda É Cedo”, “Daniel na Cova dos Leões”, “Quase Sem Querer” e “Mais do Mesmo”.
Por conta das drogas, foi expulso por decisão dos demais integrantes, Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.
Após ser mostrado na televisão morando nas ruas, em 2012, passou a receber amparo do herdeiro de Renato Russo, Giuliano Manfredini, para fazer tratamento contra a dependência química. Ele ficou internado em uma clínica em Cotia.
No ano passado, quando um novo site da banda foi posto no ar por Manfredini –sem o conhecimento de Dado e Bonfá–, o ex-baixista virou o principal ponto de discórdia.
A galeria de fotos da página, ainda no ar dessa forma, diz mostrar a “formação clássica” do grupo. Todas as 15 imagens disponíveis mostram Renato Russo, Dado e Bonfá com Renato Rocha.
“Não cabe o Renato Rocha estar em todas as imagens. Isso deve fazer parte de uma estratégia maquiavélica do detentor da marca [Legião Urbana]. É muito estranho. Foi o próprio pai do herdeiro que mandou o Negrete embora, com o nosso aval”, disse Dado à Folha na época.
“Ele [Manfredini] está tentando modificar a história do grupo. A história está toda contada fora de contexto nos textos do site. É uma aberração.”
Procurado pela reportagem, à época, Manfredini respondeu, por meio da sua assessoria de imprensa, que a presença de Negrete em todas as fotos não é intencional.
Dado e Bonfá brigam na Justiça contra Manfredini desde 2012, reivindicando participação na propriedade da marca Legião Urbana. Os músicos querem ser incluídos na sua administração, oficialmente entregue só a Renato Russo, já que, quando o registro foi feito, no início dos anos 1990, o nome ficou com uma empresa somente do cantor.
Repercussão
Em sua página no Facebook, o ex-guitarrista da Legião, Dado Villa-Lobos, publicou uma foto do conjunto e homenageou o ex-colega. “Fica a melhor lembrança, encontrou a paz. E, há tempos, muita saudade...”, escreveu.
Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, lembrou do “grande amigo de meu pai”. “Recebo a notícia com profunda tristeza e, paradoxalmente, com a leveza de ter podido estar ao seu lado nos últimos tempos, compreendendo-lhe e amparando grande amigo de meu pai. Músico virtuoso, espírito de criança, ser humano generoso e profundamente bom, foi um dos companheiros de Renato Russo desde os primórdios da Legião Urbana”.
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