O grupo Serra Leoa Refugee All Stars, formado em um campo de refugiados durante a guerra civil de Serra Leoa, começa em novembro sua segunda turnê pelos Estados Unidos, depois do sucesso da primeira, no ano passado.
Os músicos se conheceram no campo de refugiados na Guiné, África Ocidental, no final da década de 90. Anos mais tarde, foram tema de filme, lançaram um disco e fizeram shows para milhares de pessoas.
O cantor da banda, Reuben Koroma, diz que a banda que alcançar os americanos com sua música, já que acredita que os políticos dos Estados Unidos poderiam dar fim às atrocidades e a grande parte do sofrimento do mundo se quisessem.
- Eu diria a eles que está na hora de dar atenção à África. Está realmente na hora de dar atenção a Darfur - disse Koroma, se referindo aos milhares de refugiados que fogem das milícias muçulmanas no Sudão.
O cantor lembrou do sucesso que a banda fez na primeira turnê nos Estados Unidos.
- É como um sonho, e eu gosto disso - diz Reuben Koroma, lembrando os milhares de americanos que foram ao shows do grupo.
Em um festival no sul do país, a banda tocou para 75 mil pessoas. No Kennedy Center, em Washington, o grupo foi aplaudido de pé.
- Os americanos dizem que não sabiam que essas coisas estavam acontecendo - diz Koroma, falando do drama que viveu na África. O cantor viu o pai ser morto, e sua mãe morreu tentando escapar da guerra civil.
O percussionista do grupo teve a mão decepada e viu os pais, a esposa e o filho serem assassinados. Ele toca com uma mão só.
Ainda assim, os integrantes do grupo dizem que não guardam rancor.
- Mesmo aquele que fez isso comigo, se eu o encontrar, vou cumprimentá-lo - diz o músico, Arahim.
Koroma concorda. Ele diz que embora muitos dos que mataram civis inocentes possam ser encontrados hoje dirigindo táxis em Serra Leoa, ele prefere usar sua vida para melhorar o futuro.
- Eu acredito que minha música pode trazer mudanças positivas - diz o cantor. Ele acha que a música pode motivar as pessoas a fazerem um pouco que seja para diminuir o sofrimento no mundo.
A história do Serra Leoa Refugee All Stars chegou ao mundo com a ajuda de dois cineastas, Banker White e Zach Niles.
Eles conheceram o grupo em um campo para refugiados em 2002 e caíram na estrada com a banda durante três anos.
Da experiência nasceu o documentário "The Refugee All Stars", lançado em 2005 e premiado em vários festivais dos Estados Unidos.
O álbum de estréia da banda, "Living like a refugee", também vem conquistando fãs pelo mundo, entre eles, Paul McCartney, Keith Richards e Angelina Jolie. O disco traz uma mistura de música tradicional da África Ocidental com reggae e outras influências.
Os músicos do Serra Leoa Refugee All Stars dizem que estão felizes em casa em Serra Leoa. Querem construir um estúdio e gravar mais discos sobre a luta dos refugiados.
- Estamos tentando construir a nova Serra Leoa - diz Koroma, minutos antes de entrar no palco em Nova York - Não somos mais refugiados.
Nesta segunda turnê, o grupo irá passar por 19 cidades americanas.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Deixe sua opinião