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Trio Afstand em ação: jazz, improviso e outras coisas | Divulgação
Trio Afstand em ação: jazz, improviso e outras coisas| Foto: Divulgação

Na falta de outro termo, "arte sonora" pode ser a expressão quase perfeita para traduzir o trabalho feito pelo Trio Afstand. Pepê Barcello (guitarra), Eduardo Patrício (derbak, bateria e traquinagens eletrônicas) e Carlos Ramos (saxofone, flauta e tromba marina) são os músicos que se apresentam às 20 horas de hoje no Museu Guido Viaro.

Eles se conheceram nos corredores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) há pouco mais de um ano. O apreço pelo free jazz e pelo experimentalismo foi tão grande que logo os três marcaram uma apresentação, no final de 2010. Mesmo sem ter nenhuma música.

"Foi um improviso total. Mas foi bom para percebermos que tínhamos um discurso musical em comum", diz Ramos, que dirigiu o grupo de música medieval Endriago, leciona flauta doce e participa do Consort de Música Antiga na Escola de Musica de Belas Artes do Paraná.

Já Pepê Barcellos é guitarrista e compositor formado no GIT (Guitar Institute of Technology) de Los Angeles. Passou pela Orquestra Brasileira de Guitarras e pela banda de reggae Dread Lion, além de ter trabalhado em parceria com o percussionista Marcos Suzano e Seu Jorge.

O responsável pelos aparatos eletrônicos, Eduardo Patricio, é baterista e também o que se chama de live eletronics performer – ele se envolve na pesquisa de criação de instrumentos digitais para performance ao vivo. E viagens a trabalho são comum para os três. Por isso o nome Afstand, "distância", em holandês.

O som

O grande trunfo do trio é misturar elementos da música erudita contemporânea a sons eletroacústicos. Para colar tudo isso e não criar um abismo entre artista e plateia, jazz e música brasileira. "Tentamos sair do purismo erudito", conta Ramos.

No repertório desta noite, uma releitura de peças de Erik Satie (1866-1925), pianista francês fã da música repetitiva e do teatro do absurdo. O compositor e guitarrista Frank Zappa (1940-1993) – igualmente chegado em uma experimentaçãozinha – e o saxofonista Wayne Shorter também estão na lista dos homenageados. Além disso, composições próprias e muita liberdade para o improviso.

O fato de a apresentação acon­tecer em um museu, na opinião de Ramos, ajuda a compreensão da obra. "O público ouve com mais calma e atenção. Quando tocamos em bares, modificamos o repertório um pouco", diz o músico.

Serviço:

Trio Afstand. Museu Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348), (41) 3350-4400. Hoje, às 20h. Entrada franca.

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