Niobe Xandó A Arte de Subverter a Ordem das Coisas II
Museu Oscar Niemeyer MON (R. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. Terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes). Classificação indicativa: livre (crianças até 12 anos, maiores de 60 e escolas públicas pré-agendadas).
A mostra antológica, prorrogada até 26 de abril, é certamente a exposição do MON mais impressionante pelo volume e a vitalidade das obras espalhadas por duas grandes salas. Percorrê-la é como entrar num labirinto povoado de seres fantásticos as 240 obras, entre pinturas, desenhos, colagens e objetos da artista paulista nonagenária, precursora do realismo mágico no Brasil. O visitante sente-se instigado a decifrar todos os símbolos ancestrais, elementos gráficos, máscaras e cores presentes nas cinco das 13 fases da trajetória de Niobe presentes na mostra. Preste atenção nas obras referenciais de cada segmento: "Flor Fantástica XII" (1964), "Máscara CII" (1967) (foto), "Signos Verdes" (1967), "Black Power I" (1970) e "Geométrico LXVIII" (1980). (AV)
CD 3
Terra
Mariza. EMI, Preço médio: R$ 29
A portuguesa Mariza, dona de uma vez espetacular e de um visual arrojado, juntou-se a um grupo de músicos de primeira linha para interpretar fados. Os arranjos eliminam o aspecto folclórico da música de Portugal e lhe dão uma sonoridade internacional. Estão lá a guitarra do inglês Dominic Miller (parceiro de Sting), os pianos de Ivan Lins e dos cubanos Chucho Valdês e Ivan "Melon" Lewis, a guitarra flamenca de Javier Limón, e a percussão de Piraña (percussionista que acompanha Paco De Lucia). E como fica o fado dentro dessa salada sonora? Muito bem, obrigado. Mantém suas características e ganha leveza e contemporaneidade. Mariza é a grande novidade da música portuguesa nos últimos anos e seus discos têm conseguido agradar públicos estrangeiros que não mantêm afinidade com o fado. (MS)
Livro 1
Onda
Suzy Lee. Cosac Naify, 40 págs., R$ 35. Infanto-juvenil.
Por si só, a ideia de um livro-imagem é fantástica (quando funciona, claro). Contar uma história sem palavras e, ainda assim, ser capaz de criar uma narrativa que pode ser lida inúmeras vezes, descobrindo detalhes novos em cada experiência. Essa palavra experiência é apropriada para definir o que é ler Onda, da coreana Suzy Lee. Usando carvão e tinta azul-turquesa, a artista mostra como uma menina, que vai pela primeira vez à praia, encara o mar. Com formato horizontal, as páginas abertas formam um horizonte de 60 cm. À esquerda, estão a areia, a menina e algumas gaivotas. À direita, o mar. Na folha de rosto, em que o título Onda aparece com a grafia da própria autora, a menina chega à praia com mãe e se aproxima lentamente do mar, foge, grita, encara e flerta com ele. Aos poucos, ganha coragem para pôr os pés na água. Começa a brincar até que uma onda maior a assusta. Ela sai correndo e mostra a língua acha que está segura na areia. Mas a onda arrebenta numa das ilustrações mais bonitas do volume. Depois que o susto passa, o azul do mar invade o céu e, de repente, a infância está resumida numa imagem. (IN)
CD 1
Dark Was the Night
Vários artistas. 4AD. Álbum duplo. Importado. Preço médio: US$ 10.
Desde 1989, as compilações lançadas com o selo da organização beneficente Red Hot (de combate à aids), além de arrecadarem fundos para a luta contra o vírus HIV, trazem gratas surpresas aos amantes da música pop.
Composta por 31 canções, selecionadas por Aaron e Bryce Dressner (integrantes da banda The National), Dark Was the Night é a mais nova coletânea lançada pela instituição. Em formato duplo, o álbum conta com canções inéditas e covers, interpretados pelos principais nomes do indie rock atual.
Os destaques ficam por conta de alguns encontros inusitados como os de Cat Power e My Brightest Diamond, no spiritual "Amazing Grace"; da canadense Feist com Ben Gibbard (Death Cab for Cutie) no cover de "Train Song" (originalmente da inglesa Vashti Bunyan); e a belíssima versão de "Cello Song" (Nick Drake), aqui interpretada pelo sueco José González, ao lado do duo nova-iorquino The Books.
A compilação também acalma os nervos dos que anseiam pelo lançamento de novos álbuns de celebradas bandas, ao trazer faixas inéditas de Arcade Fire ("Lenin"), Yo La Tengo ("Gentle Hour", cover do grupo neozelandês Snapper) e The Decemberists ("Sleepless"). (JG)
CD 2
Como num Filme sem Fim
Pública. Olelê Music. Preço médio: R$15.
Pública é mais uma das boas bandas brasileiras escondidas no Rio Grande do Sul. Depois do sucesso já considerável dos amigos do Wonkavision e dos Fantomáticos (ouça eles também), Pedro, Guri, Gui, Amaro e Cachaça botaram a banca em Como num Filme Sem Fim, seu segundo e ótimo álbum.
A capa retrô, em tons sépia, dá indícios do que encontrar quando o disco rodar. Letras amargas mas também esperançosas encontram voz em um som intrigante e cheio de nuances instrumentais, que remetem ora a The Raconteurs (projeto de Jack White, do White Stripes), ora às claras influências dos gaúchos: Stone Roses e à "ligeireza" de Supergrass.
Se Polaris (2006), foi uma (boa) tentativa inicial de se fazer respeitar, o novo disco deixa claro o amadurecimento da banda, que está saindo do "mainstream do underground" e galgando seu lugar em rádios e páginas de jornais.
Destaque para a tríade inicial, com "Quarto de Armas", "1996", "Canção de Exílio" e a ensolarada "Sessão da Tarde", que deixa clara a envergadura instrumental do quinteto. Para ouvir bem alto. (CC)
DVD
Meu Irmão É Filho Único
Itália, 2007. Direção de Daniele Luchesi. Classificação indicativa: 14 anos. Apenas para locação.
Filmes sobre famílias costumam atrair muita gente. É a boa e velha lógica de o cinema servir como espelho da vida. O ótimo Meu Irmão É Filho Único, do italiano Daniele Luchesi, recorre a uma original combinação de lirismo e ironia para contar a história de dois irmãos ao longo das décadas de 1960 e 70. Accio, o mais novo, é agressivo, ardido e partidário do fascismo. Manrico, não. É garboso, sedutor e sonha com um mundo mais justo e comunista. Filhos da classe operária num subúrbio de Roma, eles se confrontam não apenas no plano da ideologia: também são apaixonados pela mesma mulher, uma jovem burguesa do norte da Itália. Engraçado, politizado, sensual e, por fim, muito comovente, o longa é o retrato vivo de um momento histórico muito particular. Merece ser visto. (PC)
Livro 2
Minha Aldeia
Minha Aldeia. Luís Augusto Fischer. Belas Letras. 78 págs. R$ 13,90. Infanto-juvenil.
Felipe, 12 anos, vive em uma pequena cidade do interior gaúcho e não se conforma com o fato de os livros de história e geografia não mencionarem nada a respeito do lugar onde mora. Inesperadamente, a família transfere-se para a capital e, a partir disso, tudo adquire novos focos para o protagonista. Da vida tranquila às ameaças de assaltos diários. Dos amigos da rua à solidão de um quarto de apartamento. O escritor gaúcho Luís Augusto Fischer discute em forma de literatura os questionamentos dos adolescentes e, insinua, o tempo todo, que o melhor do mundo é "no aqui, no agora", esteja o ser humano onde estiver. (MRS)
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