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Mesmo sem poder sair da China até julho, Ai Weiwei foi um dos curadores da exibição montada em 12 meses no Royal Academy of Arts (RAA) de Londres. Ele próprio decidiu como usar os espaços a partir de vídeos dos prédio que lhes foram entregues pelos organizadores.

Ai Weiwei ganha retrospectiva em Londres

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Boa parte das peças veio do território chinês para montagem e adaptação aos salões da academia. O curador Tim Marlow afirmou que durante todo este tempo a comunicação entre eles foi sui generis. Foram oito visitas de Marlow a Pequim. O resto foi feito por telefone e e-mail, apesar de certos temas não poderem ser tratados por esses canais, sob constante monitoramento das autoridades.

Irônico

No começo da semana, em entrevista ao “Guardian”, Ai chegou a ser irônico: “Falei para a polícia: sem vocês, eu jamais teria me tornado um artista tão reconhecido”. Nos últimos tempos, Ai Weiwei encontrou na internet um dos seus principais canais de comunicação.

“O mais engraçado é que muitos artistas precisam estar ali, presentes, participar de tudo para visualizar o trabalho. Ai é muito preciso, talvez por ser arquiteto também. Fazer tudo à distância não foi um problema para ele”, diz Marlow, lembrando que o artista foi um dos responsáveis pelo design do Estádio Olímpico de Pequim, conhecido como Ninho do Pássaro.

Aos 57 anos, Ai continua combativo. Esta é a mensagem da sua exposição, que ousa falar do período em que foi mantido encarcerado em 2011 ou relatar os danos do terremoto na província de Sichuan em 2008. Além de nomes e sobrenomes de cada criança morta à época, o vídeo causa incômodo ao mostrar os corpos que os bombeiros tentavam reanimar.

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