Mostra revisita a trajetória do escritor e dramaturgo que dá nome ao Miniauditório| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Serviço

Glauco – Homem de Teatro, Homem de Poesia

Teatro Guaíra – Miniauditório Glauco Flores de Sá Brito (R. Amintas de Barros, s/nº), (41) 3304-7900. Visitação de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18 horas. Sábados, domingos e feriados no horário dos espetáculos do espaço. Até dezembro.

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Legado

Confira a seguir uma lista de obras de Glauco Flores de Sá Brito:

Poesia

• O Marinheiro • Cancioneiro do Amigo

• Azulsol (edição póstuma)

Teatro Experimental Guaíra

• A Volta do Filho Pródigo (Dalton Trevisan)

• Sinhá Moça Chorou (Ernani Fornari)

• Chapetuba Futebol Clube (Oduvaldo Viana Filho)

Com Ary Fontoura e Dalton Trevisan, Glauco fundou o Teatro Experimental do Guaíra

Escritor, jornalista, diretor. Mas, principalmente, agitador cultural." Assim, Monica Rischbieter, diretora-presidente do Teatro Guaíra, define Glauco Flores de Sá Brito (1919-1970), respeitado literato que dá nome ao Miniauditório do espaço e que, segundo ela, "representa um dos personagens mais importantes para a dramaturgia curitibana".

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Inaugurado em 28 de agosto de 1975, o Mini­auditório recebeu e recebe muitos espectadores e artistas. Pode parecer apenas mais um local de espetáculo como outros tantos, não fosse pelo nome que o batizou.

Gaúcho da cidade de Montenegro (RS), Glauco Flores de Sá Brito foi criado pela avó materna desde pequeno. Mudou-se para Curitiba em 1937, após completar os estudos em Porto Alegre, e aqui passou a trabalhar na redação do jornal O Dia.

Foi também na capital paranaense que começou sua trajetória cultural como escritor e dramaturgo. O autor publicou três livros de poemas: O Marinheiro (1947), Cancioneiro do Amigo (1960) e Azulsol (1985), este último editado somente depois de sua morte.

"O seu jeito inovador de gostar de modernizar fez com que o gaúcho fizesse grandes amizades com escritores e artistas respeitados no país", explica Áldice Lopes, assessor artístico do Teatro Guaíra. Entre eles, o ator Ary Fontoura e o escritor Dalton Trevisan. Com eles, Glauco fundou, em 1956, o Teatro Experimental Guaíra.

Devido à grande amizade com Trevisan, Glauco dedicou um poema a ele intitulado "Quatro Motivos de Crime Passional", obra pela qual Lopes tem uma admiração especial. "Eu me emociono com ela. E o texto permite ser encenado no teatro. Uma poesia, assim como uma peça teatral, precisa se comunicar com o público", teoriza.

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Glauco também fez amizades com outras personalidades importantes para o cenário cultural do Brasil, entre elas, Alceu Stange Monteiro, Aristeu Berger e Carlos Dumont de Andrade. Além de peças teatrais, ele dirigiu 11 telenovelas e 182 teleplays, sendo 25% de sua autoria ou adaptação.

Exposição

Em cartaz no hall de entrada do Miniauditório desde o dia 7, a exposição Glauco – Homem de Teatro, Homem de Poesia reúne as principais obras do autor. O projeto é coordenado por Mara Moron, que chamou os últimos dez ganhadores do Prêmio Gralha Azul (principal premiação paranaense para a categoria artística), para ajudá-la no desenvolvimento da mostra.

O próximo escritor a ser reverenciado pelo Guaíra será Salvador de Ferrante (que dá nome ao Guairinha), criador do primeiro grupo teatral paranaense, segundo Lopes. "O objetivo do projeto é resgatar o lúdico, o romântico da história do teatro paranaense", enfatiza.