"Eu não estava esperando que isso acontecesse. O meu pai, que estava ouvindo rádio de madrugada, me acordou para contar. Quando eu soube, pensei: isso só pode ser pesadelo, ou então imaginei que ele estivesse brincando. Mas depois comecei a ver as mensagens que o pessoal mandou para mim e também na internet. Ele sempre foi um cara muito legal com a gente. Era humilde, conversava bastante e se preocupava com todos. Para mim foi um baque. Na semana que vem ia ter um show deles e nós já estávamos nos programando de ir para lá. O Chorão foi um mestre para a gente, um poeta. Na adolescência eu escutei muito ele, suas letras sobre o amor e a fé. Ele mostrou para a gente que, por mais que a vida nos derrube, temos que continuar seguindo em frente, independente do que os outros falem. O último show que assisti foi em Guaratuba, no começo do ano. Para mim foi muito bom. Cada show era melhor do que o outro. O Chorão estava bem no palco, levantando a galera. O clima estava superbom".

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Murilo Pedroso, 24 anos, presidente do fã-clube É Quente FC, que existe há 8 anos em Curitiba

"Com uma visão global da banda, ele não pensava apenas nas letras e arranjos, mas acompanhava também o desenvolvimento da marca Charlie Brown Jr, dos produtos desenvolvidos especialmente para a banda, como tênis e roupas, além de acompanhar a escolha do figurino que os integrantes usariam nos shows. O segredo para as composições de Chorão era um caderninho que acompanhava o cantor o tempo todo. Ele andava com ele para todos os lados e anotava todas as frases que pintavam na cabeça. Depois reunia essas frases e transformava em letras."

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Lampadinha, produtor musical da Mix Master Music, foi responsável por sete álbuns do Charlie Brown Jr

"O Chorão e o Charlie Brown fizeram parte da minha infância e da minha carreira, porque comecei tocando as músicas deles. Eu perdi um pouco da admiração pelo Chorão por conta de alguns episódios como a briga dele com o baixista no palco e a maneira que ele tratou uma menina no Programa Altas Horas. Mas ao mesmo tempo, ele conseguiu consolidar a banda dele no cenário musical brasileiro. Então merece o nosso respeito."

Rodrigo Aragão Berger, 18, baterista da banda Foster

"Nós tivemos uma influência muito grande do Charlie Brown, assim como dos Raimundos e do CPM 22. Foram eles que fizeram a gente gostar de rock. E dá para perceber também que o Chorão foi uma inspiração na postura do nosso vocalista em cima do palco. Essa é uma perda que não tem como explicar. É como se tirassem um pedaço do nosso sonho. O Charlie Brown foi a melhor banda nacional dos últimos tempos, principalmente no aspecto musical. Eu tenho 29 anos e cresci ouvindo os caras. Se eu gosto de rock hoje é por causa deles. Nós da Test Drive tínhamos o sonho de tocarmos no mesmo palco e de conhecer o Chorão. Eu queria pelo menos ouvir o que ele tinha para falar. Ele deveria ser um cara com muito o que ensinar. As músicas dele têm mensagens e ensinamentos que fazem parte da minha vida"

Christian Hiera, 29, baterista da banda Test Drive, vencedora do concurso do GazStage no Lupaluna

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"Conheci realmente o Chorão em um show do Charlie Brown Jr. aqui em Curitiba. Era uma cara muito bacana, tranquilo para os próximos e de um coração enorme, grande pessoa e artista. Não fizemos show com ele diretamente, e sim com o Champignon baixista da banda, que foi um dos convidados nosso do projeto de intercâmbio musical HAULLYS CONVIDA. Hoje confesso que estou muito triste com a morte dele. Fará muita falta para nós e para quem realemente conheceu ele..."

Sandro Godinho, vocalista da banda Haullys

"Eu conheci o Chorão em 1998, num show em Praia de Leste. E de lá para cá sempre fui nos shows do Charlie Brown. O Chorão sempre me recebeu bem. Ele me convidou para fazer várias fotos da banda em apresentações no Paraná e em Santa Catarina. O Chorão era um cara muito próximo dos fãs, tanto que quando tive uns problemas no ano passado, ele me deu muita força. A última vez que o vi foi num show que a banda fez em Guaratuba, no início do ano. Eu senti uma paz grande quando conversei com ele. Nós falamos sobre família e ele não pareceu estar com problema algum. Geralmente eu conversava com o Chorão no hall dos hotéis em que ele ficava, ou então por cartas. E até teve uma vez em que ele me ligou. O Chorão era um cara que tratava bem todo o mundo. Muita gente falava mal dele, mas depois que o conheci mudei essa impressão. Ele era um cara do bem e dava vários presentes para os fãs. Eu mesmo ganhei um shape de skate, camisetas e tênis."

Michel Campestrini, 29, fotografo, ex-membro do fã-clube É Quente

"Ele era uma pessoa super bacana e, assim como qualquer artista, em alguns momentos era excêntrico, em outros era bem reservado e não queria falar com ninguém. Nunca vi ele tratando mal qualquer pessoa. O Chorão não estava muito bem nos últimos meses, me disse que estava super triste com a separação [de sua esposa]. Uma pena, pois o Brasil perdeu um ícone da música, era um grande compositor e cantor"

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Mac Lovio Solek, da Prime Produções, que trouxe o último show do Charlie Brown Jr. ao Paraná no dia 2 de janeiro