Um dos principais nomes de uma geração jovem que vem renovando o fado em Portugal, Carminho lança no Brasil seu terceiro álbum, Canto.
Pontuado por nomes da música brasileira, já presente no trabalho anterior, Alma (2012), o disco se abre a influências que vão além do fado e mesmo da música portuguesa. Sua linguagem foi influenciada, conforme explica a própria Carminho, por experiências que teve fora de Portugal. E por isso mesmo é um disco essencialmente português.
Repertório
Saiba mais sobre algumas das canções de Canto, terceiro álbum da cantora portuguesa Carminho, que está sendo lançado no Brasil
Leia a matéria completa“Por um lado, conheci muitos outros lugares e tive contato com outras formas de expressão artística. E por outro, estive distante da minha zona de conforto e tive a oportunidade de me olhar de fora e reconhecer-me a mim própria com essa distância”, conta, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo.
CD
Carminho. Som Livre. Preço sugerido: R$ 22,90. World Music.
Assim, Carminho e seu produtor e marido, Diogo Clemente, juntam ao fado de sonoridade mais tradicional, interpretado em toda a sua intensidade – e sutileza – pela cantora, ritmos e instrumentações de outros estilos portugueses, como os “corridinhos” do Algarve (região no sul de Portugal onde Maria do Carmo, nascida em Lisboa, cresceu); sonoridades como a da música flamenca, na canção “Na Ribeira Deste Rio”, que traz a guitarra de Javier Limón e a harmônica de António Serrano; e duas canções brasileiras, “Chuva no Mar” (Arnaldo Antunes e Marisa Monte) e “O Sol, Eu e Tu” – letra de Caetano Veloso que ganhou contornos de bossa nova pelas mãos do filho, Tom Veloso, e de Cezar Mendes.
“Dei minha linguagem, minha interpretação àquilo que eles compuseram, que terminou sendo também um pouco meu. Por isso me orgulho tanto deste disco. O sinto como meu”, diz. “Meu canto tradicional é uma espécie de lugar, um cantinho que é meu. A minha casa, para onde convido artistas que têm particularidades fortes, de que não abdicam, a entrarem.”
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