Falta de preservação ameaça filmes de Saraceni

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Símbolo de experimentação de linguagem poética no cinema nacional, a obra do diretor Paulo Cezar Saraceni, morto sábado, aos 78 anos, por complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral (AVC), está ameaçada de desaparecer por falta de apoio à preservação de suas cópias. Seus primeiros curtas e médias-metragens, além de alguns de seus longas, como Capitu (1968), estão em estado crítico. De seus filmes iniciais, só dois longas-metragens, Porto das Caixas (1962) e O Desafio (1965), pilar do Cinema Novo, foram restaurados.

"A Casa Assassinada precisa de cuidado urgente, pois seu registro de cor já está prejudicado", diz João Paulo Saraceni, filho do diretor, referindo-se à obra-prima do pai.

Saraceni estava internado desde outubro e morreu sábado no Hospital Federal da Lagoa, Rio de Janeiro, de falência múltipla dos órgãos. O diretor estava preparando o lançamento de seu último filme, O Gerente, baseado na obra de Carlos Drummond de Andrade.

Em busca de meios para viabilizar o lançamento de O Gerente, pronto há dois anos e ainda inédito, a atriz e produtora Ana Maria Nascimento e Silva, viúva do cineasta, luta para restaurar sua filmografia. Além dos filmes, Ana Maria tenta recuperar o livro Por Dentro do Cinema Novo: Minha Viagem, publicado por Saraceni em 1993 e hoje esgotado.

Boleiros

O ator e diretor Adriano Stuart morreu no domingo, aos 68 anos, em São Paulo. Filho do ator Walter Stuart, que marcou época no programa Os Trapalhões, na Rede Globo, Adriano Stuart foi um dos protagonistas dos filmes Boleiros (1997) e Boleiros 2 (2006), de Ugo Giorgetti. Ele atuou ainda em A Encarnação do Demônio (2008), de José Mojica Marins. A última participação do ator na televisão foi na minissérie JK, da Globo.

O corpo do ator foi encontrado caído perto da cama dele. Segundo a irmã dele, Cristina, Adriano fumava muito e estava depressivo. Ele deixa dois filhos.