Elenco que fez parte da série de tevê A Família Addams, exibida em canal aberto no Brasil nos anos 1980| Foto: Divulgação

Charles Addams (1912-1988) era um sujeito de poucas palavras, solitário, colecionador de armas, apaixonado por papéis de parede e carros antigos. Entre os milhares de desenhos que fez ao longo da vida, publicados principalmente na prestigiada New Yorker, apenas 150 traziam algum dos membros da Família Addams.

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Mas foi ela que imortalizou o seu nome. E, agora, volta à vida em Nova York, em um pacote que inclui musical na Broadway, coletânea de cartuns e exposição no museu da cidade.

"Eles não eram uma família até alguém começar a chamá-los assim", conta Kevin Miserocchi, diretor da fundação Tee e Charles Addams e organizador de The Addams Family: An Evilution - trocadilho com "evil", mau, e "evolution", evolução. O livro será lançado nos EUA este mês (ed. Pomegranate; 224 págs.; US$ 40, ou R$ 70).

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É que os membros da família não nasceram juntos, e o sucesso do grupo só se cristalizou a partir de 1964, com a primeira série de tevê. Mas o début data de 6 de agosto de 1938, em um cartum na New Yorker, em que aparecem Mortícia, Lurch, o mordomo, e a Coisa - o amontoado de cabelos que adquiriu várias formas ao longo do tempo, inclusive a da Mão.

Tio Fester, tido como alter ego do cartunista, só apareceu em 1941, como um personagem menos desajeitado do que a série imortalizaria. Por causa das mudanças feitas na família ao longo de décadas de adaptação (em programas de tevê, animações e filmes) é que o novo musical da Broadway, com Nathan Lane (Gomez), Bebe Neuwirth (Mortícia) e Kevin Chamberlin (Fester), propagandeia ser uma volta ao original.

Na verdade, em uma indústria azeitada como a americana, nada foi sem querer: o diretor da fundação, que cuida da preservação do legado de Charles Addams, foi procurado para conceder a licença ao musical; se envolveu com a produção e, de quebra, lançou a coletânea de cartuns que contam a evolução da família.

O Museu da Cidade de NY, incentivado financeiramente pela produção do musical, organizou então uma exposição dedicada a Charles Addams, que mostra, até 16 de maio, desenhos seus que se relacionam com a cidade. E uma seção reservada à família, claro.

Finalmente, na quinta-feira, o site Deadline Hollywood anunciou que Kevin Miserocchi emplacou um novo longa sobre a família, também baseado nos cartuns. O projeto, em 3D, será dirigido por Tim Burton. O estúdio Illumination Entertainment, da Universal, confirmou a informação.

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Não é surpresa. O musical, que estreia na Broadway em 8 de abril, mas já causa filas, foi aplaudido de pé por fãs nostálgicos, que estalam os dedos ao som da clássica música-tema da série. A julgar pela pré-estreia da última quarta, a febre não vai passar tão cedo.