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Parentes, amigos e famosos fizeram sua última homenagem ao produtor musical João Araújo, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.

Caetano Veloso, lançado pelo produtor, esteve acompanhado de sua ex-mulher Paula Lavigne. Ele lembrou que João, à época em que integrava a gravadora Phillips, insistiu para gravarem um disco seu e também de Gal Costa.

"Eu comecei a gravar por causa dele. Ele que disse para que eu e Gal gravássemos pela Phillips, mas a empresa achava que não tínhamos potencial comercial. Ele teve, então, a ideia de fazermos um disco juntos. Foram muitas pessoas que ele foi o primeiro a lutar e querer. Sou muito grato por ele", disse Caetano.

João Araújo foi sepultado no mesmo jazigo onde foi enterrado seu filho, Cazuza. Uma bandeira do Flamengo foi estendida sobre o caixão.

A cerimônia foi acompanhada por Lucinha, mãe de Cazuza e mulher por cinco décadas de Araújo, além de amigos e integrantes da Sociedade Viva Cazuza.

A apresentadora Xuxa, cujas vendas de disco pela gravadora Som Livre, fundada por João Araújo, chegaram a atingir 3 milhões de cópias, também prestou sua solidariedade à família.

Abatida e acompanhada do namorado Junno Andrade, ela passou cerca de uma hora na capela onde João foi velado.

Além dela, as atrizes Rosamaria Murtinho, Glória Pires, o diretor Gilberto Braga, a cantora Leiloca, do grupo As Frenéticas, e o deputado federal Miro Teixeira (Pros-RJ) também estiveram no local.

O apresentador Miele esteve no velório e lembrou da personalidade do amigo, "de trabalho e de futebol".

Os dois se conheceram quando Araújo trabalhava como divulgador de discos, na década de 1960, quando ia de porta em porta das gravadoras oferecendo nomes como Elis Regina e o cantor Roberto Luna. "Ele começou divulgando discos e foi se informando até chegar onde chegou", disse.

"Como figura, era extraordinário. Era bom de briga, do tipo que desafiava uma patrulhinha inteira, e bom de bola. Jogávamos, ele na lateral direita e eu, na esquerda. Era, portanto, bom de briga, de bola, de copo, de papo e de disco."

Perguntado, na semana em que morreu também o ex-jogador Nilton Santos, se partilha da opinião de que o país não tem mais tantas nem tão importantes personalidades quanto as do século passado, Miele fez uma comparação.

"Outro dia eu conversava com o Ruy Castro e ele me provocava, dizendo que eu era da turma saudosista, que achava que na minha época tudo era melhor. Eu acho o seguinte: existe time igual ao do Botafogo de 58? Existe time como o que frequentava o Antônio's?", disse, referindo-se ao bar no Leblon onde se reuniam nomes como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Rubem Braga, Glauber Rocha e Jaguar.

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