Um rio de chocolate derretido, com cascata. Um chiclete de duração eterna com sabor de todas as refeições de um dia, inclusive as sobremesas. Um papel de parede "lambível", com gosto de frutas. Um refrigerante tão gasoso que faz voar quem o bebe. Quem nunca desejou poder provar ao menos uma das invenções mirabolantes de Willy Wonka, de A Fantástica Fábrica de Chocolate?
Adaptado para o cinema pela primeira vez em 1971, sob a direção de Mel Stuart, o livro do escritor inglês Roald Dahl acaba de ganhar uma nova versão cinematográfica, desta vez sob o comando de Tim Burton (Peixe Grande), que estréia nas salas de exibição brasileiras na próxima sexta-feira, dia 22.
Estrelado por Johnny Depp no papel do excêntrico Willy Wonka personagem interpretado por Gene Wilder (A Dama de Vermelho) na primeira adaptação , a refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate promete ser mais fiel à história do escritor britânico, conhecido pelo estilo cômico-grotesco de abordar a relação de amor e ódio entre crianças e adultos (veja quadro).
O enredo é difícil de esquecer: Willy Wonka que, apesar de isolado há mais de 15 anos em sua fábrica de chocolates, continua produzindo as guloseimas preferidas da garotada resolve abrir as portas do estabelecimento para a visita de cinco crianças, premiadas com um cupom dourado escondido em barras de chocolate Wonka.
Entre os sortudos, o honesto garoto Charlie Bucket (Freddie Highmore, de Em Busca da Terra do Nunca), a mimada Veruca Salt (Julia Winter), a "chicleteira" Violet Beauregarde (AnnaSophia Robb), o guloso Augustus Gloop (Philip Wiegratz) e o viciado em televisão Mike Teavee (Jordan Fry), que na nova versão é um gamemaníaco. Devidamente acompanhados de um adulto, os cinco são guiados pelo esquisito Willy Wonka em uma turnê pelo apetitoso mundo da fábrica, com direito a passeios de barco por um rio de chocolate (na nova versão o rio é realmente comestível!) e visitas às salas de invenção e produção.
Com um visual ligeiramente retrô o personagem usa uma casaca à Beatles fase Sgt. Peppers , lentes de contato violeta e uma pele pálida de quem há muito não vê a luz do sol, Johnny Depp encarna um Willy Wonka um pouco diferente do da primeira versão. Ele o diretor optaram por dar mais destaque ao fato de o personagem viver isolado há muito tempo e ter dificuldades de se relacionar com as pessoas, o que o leva a não ser tão gentil e desenvolto como o Wonka visto na pele de Gene Wilder. Depp vem inclusive sendo acusado de ter se inspirado na figura de Michael Jackson para compor o personagem , especulação negada pelo ator, que revela enxergar Wonka como uma espécie Howard Hughes (biografado em O Aviador) do chocolate.
Quanto às inovações tecnológicas, apesar de os recursos serem infinitamente mais abundantes do que na década de 70, Tim Burton garante não ter abusado dos efeitos, optando por construir cenários ao invés de utilizar fundo verde e seguir à risca as descrições feitas pelo escritor do livro. Uma das grandes diferenças devem ser os umpa-lumpas, anõezinhos responsáveis pelo funcionamento da fábrica. Interpretados por um único ator, Deep Roy, os umpa-lumpas são a imagem de diversos takes gravados por Roy, miniaturizadas a um tamanho de 76 centímetros e multiplicadas por computador. Além de um figurino mais futurista, a consagrada canção dos umpa-lumpas os únicos a cantar na refilmagem também não será a mesma. Gravadas por Danny Elfman ex-vocalista do Oingo Boingo, que costuma trabalhar ao lado de Tim Burton , as cinco canções interpretadas pelos anõezinhos foram criadas a partir de letras sugeridas no livro de Dahl, cada qual a respeito de um dos visitantes.
Indicado tanto para crianças quanto para adultos o próprio autor do livro que deu origem ao filme não considerava a obra infantil , a refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate deve causar um misto de nostalgia e água na boca. A primeira será saciada com uma história clássica repaginada pela dupla dinâmica Burton/Depp. Já a água na boca, nada que uma barra de chocolate (ainda que não seja da marca Wonka) consumida durante a sessão, não resolva.
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