“Meu conselho [a jovens DJs]: não se liguem apenas na tecnologia. Tudo só existe para fazer as pessoas sorrirem. O negócio é se divertir. Não se levem muito a sério e não tentem mudar o mundo em cada mixagem.” Fatboy Slim, DJ inglês que se apresenta em janeiro em Guaratuba| Foto: Divulgação

Show

Fatboy Slim

Abertura com os DJs Tite Clausi, Rodrigo Ferrari e Teclas. Café Curaçao Guaratuba (Av. Brejatuba, 500), (41) 3442-6851. Dia 4 de janeiro, a partir das 18 horas. O preço dos ingressos varia de R$ 65 (-entrada) a R$ 245 (inteira), de acordo com o setor. À venda pelo serviço Disk Ingressos: (41) 3315-0808, www.diskingressos.com.br e nos quiosques dos shoppings Palladium, Mueller e Estação. Valores sujeitos a alterações sem aviso prévio. Classificação indicativa: 16 anos.

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"Minha relação com o Brasil é a seguinte: sou de outro canto do mundo, mas, assim que piso aí, viro um local", avisa por telefone o DJ inglês Fatboy Slim, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. Norman Cook, nome verdadeiro do DJ, vem ao Paraná no início do ano que vem para fazer no Café Curaçao, em Guaratuba, o grande show do verão 2013.

A apresentação é parte da turnê baseada na mais recente edição da Big Beach Boutique, festa ao ar livre que ele comanda nas areias de em sua cidade natal Brighton, na Inglaterra, nos verões europeus.

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Fatboy Slim esteve no Brasil várias vezes nos últimos anos, tocando para multidões em praias cariocas e até no Carnaval de Salvador, em uma jornada que virou o DVD Incredible Adventures – In Brazil, lançado em 2007.

Agora, ele poderá incluir o litoral paranaense em seu roteiro de aventuras. Na entrevista a seguir, o DJ fala de sua carreira, da cena de música eletrônica atual e conta que adoraria comer ostras na baía de Guaratuba. Confira alguns trechos da conversa:

Nos últimos anos, você foi headliner de festivais no mundo inteiro, participou do Oscar, montou peça na Broadway, etc...Falta fazer algo?

Faltou tocar na festa do ano-novo em Copacabana, no Rio de Janeiro. Acho que a Olimpíada [em Londres] neste ano foi o ponto alto. Não consigo pensar em outra coisa estupidamente maior que eu já tenha feito antes. Falando sério, no momento, eu realmente me divirto sendo DJ, mais do que gravando discos. Também em conhecer novos lugares. Eu acho que já estive em Curitiba uma vez, certo?

Sim, em março do ano passado (na casa noturna Liqüe). Mas agora, em janeiro, você vai tocar em uma praia aqui perto, Guaratuba...

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Bem, eu nunca estive em Guaratuba e isto é razão suficiente para continuar. E como é Guaratuba, você tem alguma dica?

Lá tem uma colônia de pescadores que têm fazendas de criação de ostras (na comunidade de Cabaraquara, entre Matinhos e Guaratuba) muito boas. Você gosta de ostras?

Eu adoro. Quando eu chegar aí, vamos ate lá. Exceto pela língua, sempre me sinto em casa no Brasil.

Você costuma tocar para multidões e desta vez, em Guaratuba, será uma festa em um beach club, para cerca de 6 mil pessoas. O que você prefere?

Eu adoro as duas coisas. As grandes festas são excitantes, não dá para relaxar, é preciso dar duro para manter a galera ligada. Você tem que tocar os hits. Eu curto. Mas se você faz toda a semana fica sempre muito igual. Com uma plateia menor, você pode experimentar mais, tocar músicas do lado B. Para ser honesto, no fim da noite, não interessa o tamanho da plateia, mas a qualidade. E no Brasil, a qualidade sempre é muito boa.

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Você vai tocar no auge da temporada de verão, à beira da praia. Sua música combina com este cenário?

Agora eu estou em Brighton e aqui estamos com 3 graus Celsius. Mas quando eu penso sobre música e vou trabalhar nelas, tento pensar sempre em como pode ser um grande dia de verão no Brasil. Às vezes funciona.

E por que a música eletrônica ficou tão popular no Brasil?

Eu acho que o ritmo é próprio para a celebração. Ele­trônica, samba, Carnaval são quase os mesmos ritmos, com diferentes sons, diferentes instrumentos, mas a mesma vibe.

Você gosta de música brasileira? De quais artistas?

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Eu estou ouvindo e descobrindo bastante samba, funk e bossa nova. No momento, gosto muito do Seu Jorge, que tocou comigo nos Jogos Olímpicos. Eu estou sempre mixando música brasileira.

No Brasil há vários aspirantes a DJs que olham para você como um ídolo. Algum conselho para estes caras?

Meu conselho: não se liguem apenas na tecnologia. Tudo só existe para fazer as pessoas se mexerem e sorrirem. Não dá para ficar preso, pensando na última tecnologia. O negócio é se comunicar com as pessoas. E, principalmente, se divirtam. Não se levem muito a sério, não tentem mudar o mundo em cada mixagem.

Falando em grandes DJs, quem é o próximo Fatboy Slim?

Não saberia apontar nenhum em especial recentemente. Está surgindo uma nova onda de DJs, que precisa ser observada, muito talentosa e que possivelmente vai ficar para sempre. Sem falar em caras como David Ghetta, que já sabem o que estão fazendo, que não chegaram ontem.

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O que é diferente hoje em relação a quando você começou?

Quando eu comecei, o máximo que você conseguia imaginar era juntar umas trezentas pessoas em um nightclub. Tocar para milhares de pessoas em uma praia é uma coisa fantástica. A tecnologia deixou tudo maior: as luzes, laser, efeitos. Se você assistir ao DVD que gravei há doze anos, vai ver que o show não era tão legal (risos), era muito simples. A plateia era a grande atração. Hoje, a tecnologia te ajuda a fazer um show que enlouquece as pessoas. Há quinze anos, a grande excitação era tentar fazer coisas que ninguém nunca havia feito.

Você vai completar 50 anos em 2013. Alguma coisa mudou? Há algum plano para segurar a onda?

Obrigado por me lembrar disso (risos)! Eu estou segurando a onda. Eu parei de beber há alguns anos. Não dava mais para ficar de ressaca e fazer um show por noite. Mas eu ainda me sinto sempre mais jovem do que a plateia quando eu estou no palco.