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A data para a entrega do Prêmio Nobel de Literatura ainda não foi definida, mas há bastante especulação sobre o vencedor deste ano.
A britânica Doris Lessing, que venceu o Nobel de Literatura de 2007, estava muito doente para comparecer à cerimônia, mas disse que não existe maior honraria para um escritor, a não ser, talvez, "o Papa dar um tapinha na sua cabeça".
Veja a seguir a lista dos últimos 10 ganhadores do prêmio:
- 2007 Doris Lessing (Reino Unido)
- 2006 Orhan Pamuk (Turquia)
- 2005 Harold Pinter (Reino Unido)
- 2004 Elfriede Jelinek (Áustria)
- 2003 J.M. Coetzee (África do Sul)
- 2002 Imre Kertesz (Hungria)
- 2001 V.S. Naipaul (Trinidad/Reino Unido
- 2000 Gao Xingjian (China)
- 1999 Gunter Grass (Alemanha)
- 1998 José Saramago (Portugal)
Escritores que são favoritos perenes, desde o romancista americano Philip Roth até o japonês Haruki Murakami, lideram a lista de possíveis ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura deste ano.
A casa de apostas britânica Ladbrokes dá a preferência, pagando 3 por 1, ao acadêmico e jornalista italiano Claudio Magris, seguido pelo israelense Amos Oz e a norte-americana Joyce Carol Oates.
O último colocado nas apostas da Ladbrokes, com 150 por 1, é o cantor e letrista Bob Dylan.
Mas o segredo que cerca as deliberações do comitê do Nobel sobre o mais ilustre prêmio literário anual no mundo é tão grande que até mesmo a data do prêmio é mantida em sigilo até pouco antes de ser divulgada a notícia do vencedor.
As datas dos outros prêmios Nobel -- de ciências, economia e paz -- são marcadas com bastante antecedência. O primeiro, de fisiologia ou medicina, será anunciado em 6 de outubro.
Os apostadores não são os únicos a brincar de oráculo com relação aos prêmios Nobel, criados por Alfred Nobel, o inventor da dinamite, em seu testamento e que foram entregues pela primeira vez em 1901. Editores e escritores frequentemente participam desse processo.
O romancista norte-americano Michael Chabon fez uma lista dos escritores que ele gostaria de ver ganharem o prêmio. A lista é encabeçada por Ursula K. Leguin e inclui Michael Ondaatje, Cormac McCarthy, J.G. Ballard e Philip Roth.
"Todos os anos torcemos por Philip Roth", disse ele à Reuters por e-mail.
Mais que louvores
Chabon, que recebeu um Prêmio Pulitzer em 2001 por seu romance "Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay", disse que os grandes prêmios literários valem por mais que os louvores.
"Um prêmio importante lança uma luz muito forte, frequentemente sobre cantos que estão na sombra sem merecê-la", disse ele.
Ele próprio teve uma experiência diferente quando levou seu grande prêmio para casa. "No dia em que descobri que ganhara o Pulitzer, fui buscar meu filho de 3 anos na creche. 'Hoje papai ganhou um prêmio', eu disse a ele. Seu rosto se iluminou. 'Abre, abre!', disse ele."
O editor sueco Svante Weyler passou décadas tentando decifrar o pensamento do comitê do Nobel e disse que algumas das escolhas recentes surpreenderam completamente.
A vencedora do ano passado, a britânica Doris Lessing, foi uma dessas escolhas inesperadas.
Weyler disse que pode ser hora de um poeta ser o escolhido, já que nos últimos anos o prêmio foi dado a escritores de prosa.
Isso significaria que o poeta australiano Les Murray e o árabe Ali Ahmad Said Asbar, conhecido como Adonis, seriam possibilidades. Ambos estão entre os primeiros colocados na lista da Ladbroke's.
Weyler disse que seu favorito é Chinua Achebe, autor de "Things Fall Apart."
"Mas desconfio que a academia pense que já deu o prêmio a um africano de sua geração, Wole Soyinka", disse o editor, que em 1996 previu corretamente a vitória da poetisa polonesa Wislawa Szymborska. Soyinka recebeu o prêmio em 1986.
Weyler acha que Philip Roth tem poucas chances de ganhar. "Ele é o grande escritor mais velho da prosa americana, mas acho que a academia não o considera suficientemente 'pesado'", disse ele à Reuters.