O primeiro dia da competição oficial do Festival de Veneza foi dominado por um tema: o poder das mulheres. A disputa foi aberta, nesta quarta (28), pelo filme "Via Castellana Bandiera", primeiro longa-metragem da dramaturga italiana Emma Dante. É uma metáfora feminista na machista Sicília: dois carros ficam presos em uma ruela, um dirigido por uma senhora albanesa (Elena Cotta), outro com duas lésbicas (Emma e Alba Rohrwacher) em crise de relação. O filme não produz imagens inspiradas e é ancorado pelo texto, que pesa nas críticas. O intuito é brincar com a ideia de passado histérico e preconceituoso da Itália e o vislumbre de um futuro igualitário, com "ruas largas" e "carros" de todo tipo trafegando sem obstáculos. "A mensagem do filme talvez seja a de que enxergamos o mundo de forma muito distorcida, querendo que tudo ao nosso redor seja nossa propriedade, até os homossexuais", diz a diretora. Exploradora Já "Tracks", do australiano John Curran ("Homens em Fúria") é mais sutil ao contar a história real de Robyn Davidson, que atravessou o deserto australiano em 1975. Mia Wasikowska ("Alice no País das Maravilhas") interpreta a exploradora com distinção, mas Curran não equilibra a análise íntima da personagem, que perdeu a mãe cedo, com a jornada acompanhada de quatro camelos e um cachorro. Falta tensão para rebater o emocional conturbado de uma mulher em busca da solidão. Não há superação feminina que segure uma trama cujo grandes "vilões" são camelos selvagens.
Feminismo marca 1º dia de competição em Veneza
A disputa foi aberta, nesta quarta, pelo filme "Via Castellana Bandiera", primeiro longa-metragem da dramaturga italiana Emma Dante
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- 29/08/2013 12:30
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