A texana Kelly Clarkson encontrou um nicho de enorme apelo no cenário da música pop norte-americana voltada para o público jovem. Seguindo os passos da canadense Alanis Morisette nos anos 90, quando a canadense lançou o multiplatinado álbum Jagged Little Pill, a primeira vencedora do reality show musical American Idol (2002) é a nova porta-voz oficial das garotas que não levam desaforo para casa. Pelo menos não no campo afetivo.
Recém-lançado no Brasil, o quarto CD de Kelly, All I Ever Wanted, usurpou dos irlandeses do U2 o trono de álbum mais vendido nos Estados Unidos na semana passada. Era uma vitória anunciada, já que o primeiro single do disco, a pulsante canção de amor "My life Would Suck without You" (Minha Vida Seria uma M* sem Você) já havia chegado ao topo da parada da Billboard em fevereiro.
A faixa dá o tom arrebatado e confessional ao disco, que saiu com a missão de recolocar Kelly na rota do sucesso. Seu trabalho anterior, o interessante mas pouco comercial My December (2007) vendeu menos do que se esperava e chegou a criar animosidade na gravadora RCA, selo da holding Sony BMG, que não gostou muito do excesso de autonomia da artista. Para que All I Ever Wanted não falhasse, foi reunido um time de elite entre produtores e compositores do pop norte-americano contemporâneo, desses cuja missão é escrever hits infalíveis. O resultado impressiona: todas as músicas, muitas coassinadas pela cantora, têm potencial para tocar no rádio e escalar as paradas.
O segundo single, "I Do Not Hook Up", que será lançado em abril, segue a mesma linha de "My Life Would...": ritmo acelerado, com base de guitarras e rifão ganchudo, raivoso, no melhor estilo girl power: "Oh não, eu não me deixo ser fisgada/ Eu vou devagar, então se você me quer/ Eu não venho barato/ Mantenha sua mão na minha/ E seu coração em sua manga/ Oh não, eu não me deixo ser fisgada/ Eu nado em águas profundas/ Porque, por mais mais que você tente, eu continuarei lutando/ Para lhe dar boa noite". GGG1/2
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